Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Dia do Soldado Constitucionalista: data marca conflito que culminou no 9 de Julho

Da Redação

Em 24/05/2024 às 07:06

No coração da Capital Bandeirante, finalizava a forja dos Heróis Paulistas de 1932, após uma série de acontecimentos e antecedentes políticos

(Foto: Arquivo/Museu Municipal)

Por volta das 23h daquele 23 de maio, após manifestações e jornadas cívicas, uma grande massa popular se encaminhou para a sede do Partido Popular Paulista (PPP), então sediado na Rua Barão de Itapetininga, esquina com a Praça da República. 

Ao chegarem no local, os manifestantes foram fuzilados a esmo por soldados da ex-Legião Revolucionária (o então PPP, que era um grupo de apoio político-militar da ditadura de Getúlio Vargas), que estavam posicionados nas janelas do edifício.

Ali, no coração da Capital Bandeirante, finalizava a forja dos Heróis Paulistas de 1932, após uma série de acontecimentos e antecedentes políticos, a se destacar o Golpe de 1930, que alçou Vargas ao poder.

Neste dia 23 de maio, em lembrança aos jovens mortos no massacre, Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade (o M.M.D.C.), é comemorado o Dia do Soldado Constitucionalista.

A partir disso, inicia-se o fortalecimento da cobrança de paulistas, voluntários de vários estados e outros inúmeros países para uma nova Constituinte, em contraponto ao interminável “governo provisório” de Vargas.

Além da articulação política, crescimento do alistamento voluntário e uma grande campanha publicitária e de construção das ações, intitulada de “Ouro para o Bem de São Paulo”, na qual se incentivava a doação de joias e utensílios de metais preciosos para o financiamento das tropas estaduais.

Em 9 de julho, com o acirramento das tensões, estoura a revolta armada. No agora povoado “Sertão Desconhecido”, na ainda jovem Presidente Prudente, a população se articula e reúne um grande batalhão de voluntários para participar dos conflitos.

Aliás, a cidade recebeu o nome do primeiro presidente civil da história do país, quando o então presidente do Estado, Washington Luis, assinou a lei. O mesmo que, agora Presidente da República, foi destituído pelo golpe de Getúlio Vargas em 1930.

O conflito armado durou até outubro de 1932, quando o comandante da Força Pública Bandeirante se viu obrigado a solicitar um armistício para evitar mortes desnecessárias, por conta da escassez de munição, armamentos e demais meios de intendência necessários para manutenção dos combates.

Em que pese a aparente derrota paulista, a vitória prática das motivações foi consequência importante e posterior. No ano seguinte, ocorreu eleição para a Assembleia Constituinte e, em 1934, é promulgada uma nova Constituição Brasileira.

Comissão

A capital do oeste paulista, por meio da Lei Municipal nº 10.876, de 18 de maio de 2022, de autoria da Câmara Municipal de Presidente Prudente, criou as Comendas da Revolução Constitucionalista de 1932.

Além disso, foi criada neste ano, por meio de decreto de autoria do chefe do Executivo, a Comissão Prudentina para a Preservação da Memória da Revolução Constitucionalista.

O objetivo é desenvolver ações com foco em resgatar e manter viva a memória do 9 de Julho, data de fundamental importância para o Estado de São Paulo. Dentre essas ações, está a organização do Desfile Cívico na manhã do dia 9 de julho e, ainda, definir os nomes dos homenageados com as comendas “Bravos Prudentinos”, “Coronel Miguel Brizola de Oliveira” e “Cruz de Camargo”.

O Decreto 35.280/2024 regulamenta a comissão e a Portaria 006/2024 nomeia os membros, sendo eles: Tenente-Coronel PM Luís Nelson Disaró, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar do Interior (Presidente da comissão); Iury Greghi, assistente de Redação da Secretaria Municipal de Comunicação; Alysson Vinícius, coordenador de fomento cultural da Secretaria de Cultura; Maycon Morano, diretor de comunicação institucional da Câmara Municipal; e Major da Reserva da PM Vitor Bazzo, representante dos ex-combatentes e histórico defensor da memória constitucionalista. (Texto escrito pelo jornalista e diretor de Comunicação da Câmara Municipal, Maycon Morano)

 

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