Coligação com participação do PT desagradou Executiva Estadual
ROGÉRIO MATIVE
Em 12/07/2012 às 21:27
O diretório municipal do PSDB corre risco de sofrer intervenção caso não abandone, nos próximos dias, a coligação com o PTB, visando à reeleição do prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã) em Presidente Prudente. A decisão de participar da aliança com a presença do PT desagradou a Executiva Estadual.
De acordo com o secretário-geral tucano no Estado, Antônio Cesar Contijo de Abreu, os dirigentes prudentinos já foram notificados sobre a abertura do processo de intervenção. "Realmente procede. Não por conta de ser Presidente Prudente, até porque temos ainda Barra do Chapéu e Paraíso, que também coligaram com o PT. Temos uma resolução que proíbe. O PT também proibiu coligação com o PSDB", diz, em entrevista ao Portal. Em Prudente, o vice-prefeito, Marcos Vinha, é do PT, que repetirá a composição de chapa com o PTB nas eleições municipais.
"O diretório não obedeceu, embora avisado. Agora, iniciou o processo de intervenção. A diretoria tem oito dias após a notificação para apresentar defesa ou mudar a coligação. Caso não faça, vamos votar o caso na próxima reunião da Executiva", avisa Contijo.
Conforme o secretário-geral do PSDB, a questão local não pode sobrepor à estratégia do partido no país. "As pessoas do município têm que entender que os partidos têm estratégias. Não estamos avaliando se o candidato a vice é bom ou não. Não é algo pessoal. A questão local não pode sobrepor à estratégia nacional", pontua.
Ainda segundo ele, a decisão de intervenção partiu exclusivamente da Executiva Estadual. "Não tem nada a ver com o Nelson [Bugalho, vice-presidente da Cetesb, que era pré-candidato tucano ao Executivo]. É uma decisão nossa de não coligar. Houve uma votação, apertada [sobre a aprovação de não lançar candidato]. Mas houve desrespeito à diretoria estadual [aliança com PT]", justifica.
Contijo analisa a interferência do deputado estadual Mauro Bragato - segundo vice-presidente estadual - na construção da aliança em Prudente. "Ele conseguiu algo difícil, que eu particularmente não acreditava, que foi tirar um candidato próprio. Mas o Bragato, como vice-presidente, é o primeiro a fazer cumprir [a determinação estadual]. Prudente não é diferente das outras cidades. Coligação é independente de vontade pessoal. Ele vai saber entender isso", acredita.
Desde o início das discussões internas do partido em Prudente, Bragato sempre defendeu uma aliança com o atual governo, conforme publicou o Portal. Em junho, Bugalho criticou a posição local e desistiu da candidatura, dizendo-se "desmotivado".
Segundo Contijo, a direção prudentina deverá entregar uma justificativa até a próxima semana com as medidas que serão tomadas. "Não sei o que vão justificar. Ou abandona ou sofre processo de intervenção, com a diretoria sendo desfeita. Na outra semana nos reuniremos para decidir o que será feito", conclui.
A reportagem tentou contato com o presidente municipal do PSDB, Walter Dalari, porém, não obteve sucesso.
Atualizada ás 17h42
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