Da Redação
Em 02/09/2022 às 16:04
Fora dos padrões da idade (103 anos), Hélia relembra de fatos de Prudente que talvez muitos historiadores desconheçam
(Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 103 anos de idade, a senhora Hélia Coutinho Cerávolo será homenageada com a entrega do título de 'Cidadã Prudentina' pela Câmara Municipal de Presidente Prudente.
A sessão solene de outorga ocorre nesta sexta-feira (2), a partir das 20h, no Plenário “Dr. Francisco Lopes Gonçalves Correia”, no Prédio Público “Dr. Pedro Furquim”, sede do Parlamento. A autoria da homenagem é do vereador Tiago Oliveira (PTB).
Dona Hélia nasceu em 10 de setembro de 1918, em uma fazenda na divisa dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, às margens do Rio Paraíba. Seu registro foi no município de Mar de Espanha, Minas Gerais.
Filha caçula de Minervina Gonçalves da Cruz (Dona Nenê) e de Albino Alves da Cruz (Coronel Albino) – que veio em 1927 para Presidente Prudente, para preparar a vinda da família. Dona Hélia chegou em 1929. Aos 14 anos, foi para São Paulo, onde se dedicou aos estudos de Inglês e Biblioteconomia.
A solenidade é aberta ao público. A transmissão será disponibilizada no canal da TV Câmara no YouTube: www.youtube.com/tvcamaradepresidenteprudente.
103 anos de pura história
Dona Hélia nasceu em 10 de setembro de 1918, em uma fazenda na divisa dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, às margens do Rio Paraíba. Foi registrada no Município de Mar de Espanha, Minas Gerais.
Filha caçula de Minervina Gonçalves da Cruz (Dona Nenê) e de Albino Alves da Cruz (conhecido aqui como Coronel Albino). Em 1927 seu pai veio para Presidente Prudente, para preparar a vinda da família.
Instalaram-se na Vila Marcondes, na rua hoje denominada Dib Buchala, próxima à Estação Sorocabana. Até hoje sua casa é preservada com os leões, um de cada lado, da escada de entrada.
Dona Hélia chegou em Presidente Prudente em 1929, época de chão de terra, casas de madeira sem esgoto e água encanada, considerava tudo isso uma aventura.
Aos 14 anos foi para São Paulo onde se dedicou aos estudos de Inglês e Biblioteconomia. Estudos estes que serviram para ampliar sua cultura e despertar seu amor pela leitura, gosto que a acompanha até os dias de hoje.
Por aqui, conheceu seu marido Jacomino, estudante medicina em São Paulo que tinha vindo para cá a convite de seu irmão Dr. Domingos Leonardo Cerávolo.
Casaram-se e nunca se mudaram daqui, apesar de Dona Hélia gostar muito de São Paulo onde residiam alguns de seus irmãos. Tornou-se parceira do marido com o quem viveu quase 55 anos.
Tiveram sete filhos e Dona Hélia assumiu a missão de educá-los, de acompanhar seus estudos e sua participação na comunidade com a parceria e o apoio do marido, muitas vezes ocupado em exercer suas funções médicas.
Hoje, são muitos, além dos sete filhos Álvaro Lucas, Francisco José (falecido) Maria do Rosário, Leonardo, Helia Maria, Jacomino Filho e Maria Helena, genros e noras, são ainda 23 netos, 27 bisnetos e 1 tataraneto.
Procura, até os dias de hoje, participar da vida de toda a família, filhos, netos, bisnetos e tataraneto conhecendo o gosto de cada um, com muita lucidez, sabendo dialogar respeitando sua idade e seu nível de desenvolvimento.
Opina sobre tudo
Fora dos padrões da idade (103 anos), Hélia relembra de fatos de Prudente que talvez muitos historiadores desconheçam. Acompanha os noticiários sempre pela TV e também pelo Jornal O Imparcial que é a sua primeira leitura do dia.
Dona Hélia relembra com maestria datas e fatos passados e acompanha os fatos presentes de Presidente Prudente, do Brasil e do Mundo tendo opinião formada sobre estes. Por isto seus filhos a consideram atemporal.
Esta impressão é reforçada quando fala com detalhes de outras pandemias, como, por exemplo, da gripe espanhola, da gripe asiática, dos horrores da segunda guerra e de suas consequências aqui no Brasil.
Fala da Revolução Constitucionalista de 1932 e muitos outros fatos que ocorreram na história. Costuma desafiar os mais jovens dizendo que no século passado foram maiores as descobertas e invenções do que as de hoje, relatando-as com detalhes.
Atuante
Em 1935 participou da solenidade de inauguração da Santa Casa, onde seu marido prestou muitos anos de serviço. Com entusiasmo colaborou nas campanhas, inclusive de quermesses, para arrecadar fundos para a construção da Catedral de São Sebastião. Exemplo de católica praticante, sempre respeitou os amigos que seguem outras denominações religiosas.
Cresceu com a cidade, que tem somente um ano a mais do que ela, e conheceu pessoalmente seus fundadores e suas trajetórias.
Acompanha o desenvolvimento de Presidente Prudente desde a primeira rádio, as primeiras transmissões de TV, o aeroporto, o primeiro prédio com andares, os cinemas, os clubes, as entidades sociais, as escolas e as faculdades.
Participou da fundação do Lar Santa Filomena e do Lar dos Meninos entidades que até hoje contam com seu apoio. Realizando. Com uma das primeiras sócias participou ativamente com sua família das atividades do Tênis Clube: Bailes, Réveillons, Carnavais etc., sempre foram oportunidades de encontrar com os representantes da comunidade e com o grande grupo de amigos que foram formando.
Foi membro do Lions Clube de Presidente Prudente e trabalhou na Assistência Social da Prefeitura algum tempo onde desenvolveu ações filantrópicas e conquistou muitos, com seu exemplo de caridade, e modo de atender aos necessitados. Nestes grupos também teve oportunidade de ampliar suas amizades.
Atualmente, em sua cadeira de balanço continua suas atividades de serviço ao próximo, confeccionando cachecóis, xales e gorros para os mais necessitados especialmente aos idosos que residem em asilos.
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