Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Indústria regional quer incentivo da nova presidente

Carlos Hideki

Em 01/11/2010 às 12:30

As direções regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontam a mudança dos juros e da taxa de câmbio como prioridades para a administração da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Para elas, isso traria melhorias e incentivaria o crescimento do setor na região de Presidente Prudente.

De acordo com o diretor regional da Ciesp, Fernando Carballal, a questão do juros deve ser resolvida gradativamente. “É lógico que os juros não vão cair de 11% para 2%, mas do jeito que está hoje, inibe novos investimentos”, explica.

Sobre a supervalorização do Real, Carballal conta que deveria haver um controle na taxa de câmbio. “Produto de baixo custo é o que tem sido exportado largamente. Já o que tem um preço maior não tem como competir porque o nosso custo em dólar não cobre o custo de produção”, afirma.

Ele conta também que a taxa cambial afeta no mercado interno. “O que é produzido aqui acaba concorrendo com o que é importado. Essas importações acabam diminuindo o crescimento que o País poderia ter”, comenta o diretor regional.

Segundo ele, a importação contribui na queda da geração de vagas de trabalho. “A taxa de empregos só teve aumento real no comércio e na prestação de serviços, o crescimento que houve na indústria foi apenas a recuperação daquelas vagas perdidas durante a crise financeira”, conta Caballal.

Na região, as indústrias são diversificadas dentro do ramo. “Somos um retrato do que é o Brasil, temos setores desde a obtenção de produtos agrícolas até indústrias de eletrônicos. Aqui existem empresas que trabalham com mercado interno, outras quase exclusivamente com o externo e também as que atuam nos dois”, fala o diretor do Ciesp.

Para ele, ainda não dá para prever como será o governo da presidente. “A partir dos nomes indicados para o Ministério da Fazenda, Banco Central e Ministério do Desenvolvimento, teremos uma noção de como o País será conduzido, porque essa equipe define as diretrizes para o setor”, analisa.

Já o diretor regional da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Pérsio Melem Isaac, acredita que com o novo governo não deve acontecer grandes mudanças na economia. “A Dilma deve seguir a linha de estabilidade inflacionária. Na parte macro, acredito que vai continuar a mesma situação. Já na parte micro, Dilma falou em cair os juros e também sobre o crédito mais abundante e acessível”, diz.

Ele repete o discurso de Carballal em relação aos juros. “Nós temos os juros considerado um dos mais altos do mundo e o Real supervalorizado frente ao dólar, tirando a competitividade do produto nacional e aumentando a importação”, comenta Isaac. Ele alega que esses são os dois pontos principais para serem debatidos pela nova presidente.

Isaac fala ainda que é preciso aproveitar o momento econômico para promover as mudanças. “É preciso avançar porque o mundo não é mais o mesmo, vimos a crise nos Estados Unidos e na Europa, a presidente tem de ficar atenta que estamos em um bom momento e não parar os investimentos, fazendo as reformas necessárias”, diz.

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