Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Apenas 15% das cidades da região possuem museu

Thiago Ferri

Em 17/12/2010 às 14:45

Dos 53 municípios que compõem a região administrativa sediada por Presidente Prudente, apenas oito possuem museus, ou seja, 85% deles não têm um local cadastrado para preservar a história local. É o que aponta a pesquisa Museus em Números”, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), divulgada esta semana.

Resultado de um trabalho de quatro anos que envolveu mais de 30 profissionais, o levantamento é o primeiro realizado no País, em caráter aprofundado, sobre a quantidade e a qualidade dos museus. O estudo identificou 3.025 museus no Brasil.

O Portal conseguiu junto ao Ibram a lista com as instituições desse tipo existentes no Estado de São Paulo. Na região de Prudente são nove museus em oito cidades. Dois deles ficam em Presidente Prudente: o Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antonio Sandoval Netto” e o Centro de Museologia, Antropologia e Arqueologia, que funciona na Unesp. Eles são os únicos cadastrados.


Fachada do Museu e Arquivo Histórico “Prefeito Antonio Sandoval Netto”

O Museu Municipal “Manir Haddados” de Rancharia e o Museu Histórico e Pedagógico “Cacique Tibiriçá” de Pirapozinho constam na pesquisa como fechados.

Ainda existem na região, conforme o Ibram, o Centro Cultural de Tupi Paulista; o Museu da Fepasa (Martinópolis); o Espaço Cultural (Presidente Epitácio); o Museu da Memória Regional (Rosana); e o Museu Histórico Municipal de Álvares Machado.

Segundo o historiador e diretor do Museu e Arquivo Histórico de Presidente Prudente, Ronaldo Macedo, ainda existem outros museus fechados na região, como o de Presidente Venceslau, e Prudente tem um terceiro museu não divulgado. “O Centro de Memória da Radiofonia [mantido pela Rádio Comercial AM] pode ser considerado um museu, já que reúne muitas peças sobre a história do rádio e tem essa função”, diz.

Prejuízo

Para o historiador, a inexistência de museus na maioria das cidades gera uma perda quase irrecuperável de suas memórias. “Esses números mostram uma realidade que a gente já tinha certa consciência, mas é preocupante. A falta de museus traz um prejuízo praticamente irreparável. Como as cidades vão poder contar sua história se já perderam a maioria dos elementos que a compõem? Porque é assim que funciona, quando não temos museus, a maioria das peças que contam a história se perde no tempo”, avalia Macedo.

Por outro lado, ele aponta uma justificativa para a pouca incidência de museus na região e diz ainda ter tempo para corrigir essa situação. “Muitas coisas dessas cidades da região vieram parar aqui no museu de Presidente Prudente, porque somos sede e a maioria desses municípios um dia foi distrito de Prudente”, lembra.

“Para corrigir isso, temos de começar criando a consciência nas pessoas para preservarem as peças. Outra coisa é criar respeito. Muitas peças ainda somem dos museus e isso cria receio nas famílias em doar as coisas de seus entes para a instituição. Afinal, essas peças também fazem parte da história pessoal delas”, completa.

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