Agência Brasil
Em 03/12/2010 às 13:26
As medidas prudenciais anunciadas nesta sexta-feira (3) pelo governo podem elevar as taxas de juros que os bancos cobram dos clientes, admitiu o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes.
Segundo ele, as medidas relacionadas ao crédito para o consumidor visam a retirar o excesso de recursos disponíveis (liquidez) no mercado. “Com a liquidez menor, pode [haver aumento do juro bancário], sim, mas depende do comportamento das instituições”, disse Mendes.
Hoje, o BC anunciou a elevação do requerimento de capital das instituições financeiras dos atuais 11% para 16,5%, para a maioria das operações de crédito a pessoas físicas. Isso significa que, para cada R$ 100 emprestados, o banco deverá ter R$ 16,5 e não mais R$ 11 para arcar com riscos. Para o crédito ao consumidor, a regra vale para os empréstimos com prazo superior a 24 meses. No caso do crédito consignado, a medida atinge operações com prazo superior a 36 meses.
No caso do financiamento de veículos, a alíquota incidirá quando o prazo de pagamento do empréstimo for de 24 a 36 meses, com entrada inferior a 20% do valor do bem. A regra também vale quando o prazo for de 36 a 48 meses e a entrada for inferior a 30% do valor do bem. Outra situação em que a regra passa a vigorar é nos casos de prazo de financiamento entre 48 e 60 meses, quando a entrada for inferior a 40% do valor do bem.
O aumento da alíquota não se aplica às operações de crédito rural e habitacional e ao financiamento ou arrendamento mercantil (leasing) de veículos de carga.
Também houve alteração nos depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, diminuindo, assim, os recursos disponíveis para emprestar aos clientes. Segundo o Banco Central, o adicional de compulsório sobre depósitos à vista e a prazo será elevado de 8% para 12%. O compulsório sobre depósitos a prazo aumentará de 15% para 20%.
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