Pintura de ponto de ônibus está na mira do Ministério Público

Ao questionar o argumento de que a retirada dos bancos da Praça Monsenhor Sarrion descaracterizaria um patrimônio público, o pároco da Catedral, monsenhor José Antonio de Lima, disse que a pintura dos pontos de ônibus que ficam no local com as cores da administração municipal também implicaria na alteração da área. O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Nelson Roberto Bugalho, concorda com ele. Já a Secretaria Municipal de Planejamento alega que as medidas foram realizadas apenas por questão de manutenção.

Os pontos de ônibus localizados na Praça Monsenhor Sarrion, local que abriga a Catedral São Sebastião de Presidente Prudente, receberam nova pintura com as cores azul e vermelho, usadas para representar o atual governo da cidade.

“Eu questionei o promotor Bugalho sobre este fator. Se os bancos pertencem à praça, os pontos de ônibus também”, aponta o monsenhor.

O promotor concorda. “Acredito que os pontos de ônibus estão localizados nas delimitações da Praça. Neste caso, assim como os bancos fazem parte do patrimônio, os pontos também fazem”, afirma Bugalho.

“Eu disse ao monsenhor que vamos verificar esta questão. A praça é patrimônio histórico-cultural e precisa ser zelada, principalmente pela administração. Caso seja constatada descaracterização por parte da Prefeitura, as medidas cabíveis serão tomadas”, afirma o promotor.

Segundo o secretário municipal de Planejamento e Habitação, Laércio Alcântara, as pinturas nos pontos de ônibus foram realizadas apenas por motivo de manutenção. “A Prefeitura não entende que houve uma descaracterização, porque nenhuma estrutura foi modificada. Apenas os pontos foram pintados para manutenção e, neste caso, foram usadas as cores do município”, explica.

“Os pontos de ônibus são de responsabilidade da Prefeitura, só estão próximo ao canteiro da Praça para preservar a calçada aos pedestres. Não estão no espaço considerado da Mitra”, ressalta Alcântara.

O assunto foi levantado após o Ministério Público do Estado (MPE) determinar que a Catedral recoloque os bancos da Praça Monsenhor Sarrion, para não descaracterizar o patrimônio histórico. Em julho deste ano, o pároco monsenhor José Antonio de Lima retirou os assentos alegando que estavam sendo usados para consumo e tráfico de drogas.