Da Redação
Em 05/03/2009 às 08:21
O reajuste do preço mínimo do trigo será o primeiro a ser definido pelo governo. “O preço mínimo do trigo será estabelecido nessa semana ou na próxima. Não será o que pede o setor, mas o suficiente para garantir estímulo à produção”, afirmou nessa quarta-feira (4) o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
O preço mínimo atual é de R$ 480 por tonelada do grão. Os produtores pediram, em encontro com o ministro Stephanes, no dia 18 de fevereiro, um reajuste de 25%, o que elevaria o valor para R$ 600. O ministro não quis adiantar qual será o novo valor.
Segundo ele, outros produtos também terão reajuste. “Os preços mínimos de alguns produtos precisam ser reajustados até para que possamos exercer melhor nossos instrumentos de política”, afirmou.
Hoje pela manhã o ministro recebeu a vice-ministra de Agricultura do Canadá, Yaprak Baltacioglu, que reforçou o interesse canadense em exportar trigo para o Brasil. O país precisa importar o produto para suprir suas necessidades internas e, como a Argentina terá quebra de quase 50% da safra, o governo e a indústria do trigo buscam mercados alternativos.
“Nós vamos ter que importar trigo de outros mercados e o Canadá produz um dos melhores trigos do mundo e tem sido sempre um mercado fornecedor, só que é claro que nós também desejamos importar da Rússia e temos um grande interesse em abrir esse canal, já que a Rússia é a grande importadora de carnes do Brasil”, afirmou Stephanes, se referindo às negociações para que o governo russo derrube a cota que diminuiu em 50 mil toneladas as exportações de carne suína brasileira para lá em troca da abertura do mercado nacional para o trigo vindo da Rússia.
Stephanes também informou que os canadenses se comprometeram a agilizar a questão do reconhecimento do status sanitário que impede a importação da carne suína de Santa Catarina.
O ministro da Agricultura está reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Casa Civil, Dilma Roussef, e representantes do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer uma avaliação de como está a agricultura no país e qual é o panorama internacional para o setor.
“O que se espera é que os valores de alguns produtos como milho, soja e trigo se mantenham. Se isso se mantiver, não podemos dizer que é ótimo ou bom, mas dentro de um quadro de crise, é suportável”, comentou Stephanes.
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