Da Redação
Em 23/11/2010 às 14:27
Na manhã desta terça-feira (23), cerca de 250 crianças matriculadas nos projetos Criança Cidadã e do Centro Adventista de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Cadeca) assistiram ao espetáculo “Isso Pode, Isso Não Pode”, que percorre o Estado orientando de forma lúdica ações preventivas contra a violência sexual, de modo que as próprias crianças identifiquem o abuso precocemente e gerem atitudes de autoproteção.
A peça, encenada pela Sociedade Ourinhense dos Amigos da Arte – Grupo Soarte, estreou hoje no município, na Cidade da Criança, e ainda será encenada na quarta-feira (24) e na próxima segunda-feira (29), em dois períodos: às 9h e às 14h.
O enredo se passa dentro do ambiente doméstico e envolve basicamente quatro personagens: a mãe, os dois filhos – Maria e Pedrinho –, e o Sr. Antônio, tio das crianças. Enquanto a chefe do lar sai de casa para resolver os problemas na rua e o pequeno Pedrinho para estudar, a inocente Maria fica em casa a pedido da própria mãe aos cuidados do tio Antônio, em quem a mãe tanto confia.
Em certa hora do dia, sozinha com o tio, Maria quer brincar. A pedido dela própria o tio sugere a brincadeira esconde. Ela topa. Ele se esconde e ela procura. Ao sair pela casa procurando, a garota é surpreendida pelo tio que a beija não de forma afetiva, mas com segundas intenções.
A ação de trazer a peça faz parte dos trabalhos de autoproteção na infância desenvolvido pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) – Famílias e Indivíduos.
Conforme a coordenadora do Creas, Viviane Cristina Rodrigues, atualmente as pessoas estão mais conscientes e cientes quanto ao problema que preocupa e que cada vez mais parece engrossar as estatísticas. “Graças a um trabalho articulado que é feito em torno da questão já passamos daquela fase da denúncia. A gente está trabalhando agora e priorizando a prevenção, de forma que o abuso sexual nem chega a acontecer”, diz.
Ela acrescenta que o diálogo entre pais e filhos para tratar de questões implicantes como esta também já ocorre espontaneamente dentro de casa. “Muitos pais já conversam com as crianças sobre as situações de risco que podem ocorrer dentro de casa. Diante deste trabalho, queremos fazer com que as crianças identifiquem a diferença do carinho abusivo com o carinho afetivo”, completa.
Responsável pela peça, o ator Marcelo Rodolfo de Mattos conta que a encenação tenta tornar claro à criança os perigos referentes ao tema que pode estar sendo vivenciado por alguém dentro de casa. “A proposta era tratar da prevenção numa linguagem que não chocasse a criança. Por conta disso, fomos atrás de relatos de psicólogos e assistentes sociais para saber desse universo, desde a maldade do adulto até a inocência da criança”, explica.
Aluno do Projeto Criança Cidadã, Júnior César Rogério dos Santos, 11 anos, gostou do teatro. “É importante para a criança contar para os pais caso alguém queira fazer isso [abuso sexual] com ela”, opina.
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