Da Redação
Em 07/08/2018 às 13:41
Dirigido por Julia Solomonoff, longa-metragem narra a história de um ator argentino em busca do sucesso
(Foto: Divulgação)
Provavelmente por morar em Nova York e conviver com inúmeros expatriados, a diretora argentina Julia Solomonoff conseguiu reproduzir com uma considerável honestidade a complexidade que envolve a busca pelo sucesso dos latinos que se mudam para os Estados Unidos.
Este é o roteiro de Ninguém Está Olhando, exibido no Sesc Thermas de Presidente Prudente nesta terça-feira (7), pelo Cine Bosque. A sessão tem início às 19h30, com entrada gratuita.
A trama acompanha a história de Nico (Guillermo Pfening), um ator argentino de 30 anos que, após o término de uma relação amorosa, decide abandonar a carreira em ascensão em seu país-natal para tentar a sorte em Nova York.
Nico era praticamente um astro da TV Argentina, mas o namoro conflituoso com seu primo e produtor o faz desistir da série em que atuava e partir para os Estados Unidos, em busca do sonho de estrelar um filme.
Quando ele tenta a sorte em testes de elenco, logo descobre que não se encaixa no estereótipo latino, além de não ter o inglês sem sotaque que os diretores norte-americanos pedem. Além destas, Nico tem outras peculiaridades que o excluem mais ainda: imigrante sem visto e gay.
Estes aspectos são apresentados para ressaltar a solidão vivenciada pelo personagem, que não é notado pelos que estão ao redor, uma característica habitual das grandes metrópoles. Da procura ao sucesso, ele passa para a busca à sobrevivência, e passa a fazer bicos como o de baby sitter, o que o faz interagir com um grupo de babás latinas no parque que frequenta. Simultaneamente, ele ainda comete pequenos furtos e golpes para se manter financeiramente.
Dirigido pela também argentina Julia Solomonoff que, da mesma forma que seu protagonista, mora em Nova York e convive com inúmeros estrangeiros, a obra acaba por não só expor a dificuldade que um imigrante encontra no mercado artístico americano, mas também revela, de maneira sutil e delicada, a jornada de cicatrização e aceitação do fracasso.
Valores, tradições, costumes: o conjunto desses elementos constitui a cultura de um povo ou de um grupo de identificação. Quando pessoas diversas se relacionam, o choque inicial, geralmente, é inevitável.
Mas, os filmes que compõe este ciclo, integrantes da mostra Choque de Cultura, especial de agosto do Cine Bosque, mostram que mais desafiador – e proveitoso – do que entrar em conflito com o outro, é conhecer e conviver com ele. Ao longo do mês, a mostra ainda exibe os filmes A Amante (14), O Orgulho (21) e Ciganos da Ciambra (28).
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