Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Filme sobre impactos das barragens no Pontal é exibido na Unesp Prudente

Da Redação

Em 04/06/2025 às 22:37

“Barragens entre nós” integra programação do XX Seaupp, com roda de conversa com o diretor do filme aberta ao público

(Foto: Divulgação)

O Comitê de Ação Cultural (CAC) promove, nesta quinta-feira (5), a exibição do documentário “Barragens entre nós”, dirigido pelo ecólogo, antropólogo, documentarista e doutor em Audiovisual, Rodrigo Guim, a partir das 14h, no Anfiteatro I. 

A atividade é uma das atrações do XX Simpósio de Engenharia Ambiental de Presidente Prudente (Seaupp) e é aberta para toda a comunidade. Não é necessário se inscrever para participar. 

O filme narra a história da região do Pontal do Paranapanema por meio das vozes de seus moradores, pesquisadores e testemunhas das muitas mudanças ocorridas na região e conta com depoimentos de dois professores do Departamento de Geografia, Dr. Bernardo Mançano e Dr. João Osvaldo Rodrigues Nunes. 

Bernardo, pesquisador em desenvolvimento dos paradigmas da questão agrária e do capitalismo agrário, reforma agrária, desenvolvimento territorial e o MST, participou do documentário detalhando a ocupação no Pontal do Paranapanema. Já o professor João Osvaldo trouxe a visão no seu campo de atuação na geomorfologia e, como sul-mato-grossense, seu depoimento como alguém que pôde viver o antes e o depois da devastação. 

O longa-metragem foi filmado em três estados banhados pelo Rio Paraná: na cidade de Maringá, no Paraná; no estado de São Paulo, em Primavera, Rosana (abrangendo o Assentamento Gleba XV de Novembro), Presidente Prudente e a própria capital; e no Mato Grosso do Sul, além de Nova Porto XV, Brasilândia e Campo Grande. 

Em 2025, o filme chegou em quatro festivais de cinema, como o Madrid Film Awards (MADFA), Buenos Aires Internacional Films Festival, Eastern’s Green Frog Film Festival e no Festival Internacional de Cine Social del Río Negro.

Segundo o diretor, a história do filme consegue ser entendida e toca pessoas de outros países porque a narrativa apresenta as transformações dos territórios na voz de quem viveu ou vive os acontecimentos. 

Ao todo, foram captadas mais de 50 horas de depoimentos e narrativas, que, de acordo com a sinopse, começa em “Uma vila construída onde um dia havia uma vasta floresta, uma barragem erguida sobre um rio caudaloso, e a narrativa do progresso com suas contradições socioculturais e ambientais. ‘Barragens Entre Nós’ relata a história de um Brasil conhecido como ‘barrageiro’, contada por aqueles que construíram barragens, cidades e assentamentos, bem como por aqueles que ainda protestam por serem ignorados”. 

Para Rodrigo, um dos pontos fortes do filme é que, como os acontecimentos são mais recentes, podem ser contados pelas pessoas diretamente envolvidas. “Isso dá mais conexão emocional ao que está sendo contado, e mexer com emoções acaba ampliando o público de um filme. Tem alguns momentos mais alegres, mas no geral é bem triste o legado dos usos dos territórios com seus impactos sociais, culturais e ambientais”, completa o diretor. 

Os impactos, como mostra o filme, continuam a ser sentidos até hoje. “Um filme sozinho não consegue mudar muita coisa, mas se conseguirmos, com ele, chegar até mais pessoas mostrando que grandes barragens trazem mais problemas do que soluções, teremos cumprido nosso papel”, enfatiza.

A exibição na FCT Unesp retoma onde o longa foi filmado. O diretor e a equipe têm feito isso com as comunidades que participaram do longa, porque “as primeiras pessoas que precisam ver são aquelas que foram filmadas. O filme foi feito para elas, o filme é delas”, explica Rodrigo.

Para outros públicos, o filme revela uma história pouco conhecida do Brasil, lançando alertas sobre a ditadura, sobre o capitalismo à brasileira e sobre os impactos dos megaempreendimentos. “Mostra também que existem saídas, como a agroecologia familiar, assim como a busca de projetos de menor destruição ambiental e maior respeito à diversidade social e cultural. O filme é muito triste, pois os impactos da UHE são tristes, mas como diz um jovem pescador no filme, é possível reverter, se deixarmos a natureza livre para fazer seu trabalho”, conclui. 

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