Dentre as diversas formas de expressão da cultura negra, duas delas ganham destaque no Sesc Thermas de Presidente Prudente, através da programação especial em celebração ao mês da Consciência Negra. Nesta quinta-feira (16) e sexta-feira (17), há a oficina de Dança Afro, com aulas das 19h às 20h30, ministradas pelo professor Emerson Euzebio. Os participantes aprendem a execução dos ritmos, além de seus simbolismos. As inscrições são realizadas na área de convivência do Sesc, local da atividade.
As máscaras, para os africanos, também são uma forma de expressar simbolicamente culturas locais, representando as várias etnias que compõem o continente. Para aprender o processo de construção e conhecer a história que envolve esses objetos, Ivonete Alves, do Coletivo Mãos Negras, de Presidente Prudente, ministra a oficina de Máscaras Afro-Brasileiras. As aulas ocorrem no sábado (18) e domingo (19), das 10h às 12h. Para participar, é necessário se inscrever na central de atendimento do Sesc. As vagas são limitadas.
As atividades fazem parte do conjunto de ações promovido pelo Sesc que propiciam a reflexão sobre as influências da cultura negra em nossa sociedade.
Dança Afro
Quando os negros chegaram ao Brasil, pelo regime escravocrata, trouxeram com eles sua arte, religiosidade e a resistência. Para manter vivas suas lembranças, cultivaram a dança como representação da própria cultura, que no decorrer dos anos também recebeu influência indígena.
O ritmo africano não é algo isolado. Ele exerce grande influência no funk carioca, por exemplo, marcando forte presença em seus movimentos, na sua batida e no famoso “passinho”. Outro ritmo popular inspirado pelas raízes afro é o samba, que originou o maior evento brasileiro, o Carnaval.
A cultura africana não só acrescenta à dança, à religião e à música, como também à culinária brasileira e aos esportes. O acarajé, o vatapá, o pé-de-moleque, o cuscuz doce e o quindim são exemplos de comidas muito famosas no Nordeste. A capoeira, um dos esportes mais praticados no país, originou-se entre escravos e chegou a ser uma prática proibida.
Máscaras Afro-Brasileiras
Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um significado místico e importante na arte africana, sendo usadas nos rituais e funerais. Elas são confeccionadas em barro, marfim, metal, mas o material mais utilizado é a madeira.
Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições e personagens do cotidiano.
O continente africano é enorme e habitado por várias etnias, por isso apresenta diferenças culturais, estéticas e religiosas de uma região para outra. Consequentemente, a máscara africana não tem traços homogêneos, cada comunidade possui seu próprio estilo artístico.