Contra chuva, Prudente encomenda plano de drenagem urbana

A Prefeitura de Presidente Prudente firmou contrato com uma empresa de Brasília para a elaboração de um plano de macrodrenagem urbana. O objetivo, segundo o secretário municipal de Planejamento, Laércio Alcântara, é mapear a cidade e criar alternativas para escoamento da água da chuva, evitando estragos como o da última semana e pontos de alagamento, como o Parque do Povo. Estima-se um investimento de R$ 1 milhão para a criação do plano. O ano passado foi o mais chuvoso já registrado em Prudente.

Conforme Alcântara, após licitação, o acordo foi assinado com a empresa em novembro e os custos serão pagos com recursos oriundos de um convênio assinado com o governo federal. A empresa tem prazo de nove meses para entregar o plano de macrodrenagem urbana completo.

“Em Prudente, atualmente, nós temos apenas um local de escoamento, que está localizado na nova praça próximo ao Prudenshopping. Todo o volume de água das principais avenidas da cidade cai neste local, por isso temos a explicação do alagamento no Parque do Povo na última sexta-feira (23). Depois da conclusão do projeto, o plano fica à disposição do prefeito para a execução de melhorias da cidade”, diz o secretário.

Chuvas

Apesar dos estragos causados pelas chuvas nas últimas semanas, o mês de janeiro deste ano, com 399,8 milímetros registrados, não foi o mais chuvoso na história de Presidente Prudente. Em janeiro de 2009 o Centro de Meteorologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Prudente, computou 557,7 milímetros de chuva, o maior volume desde que o departamento começou a operar, em 1969. Antes, o janeiro mais chuvoso havia sido o de 1994, com 443,8 mm, segundo informações da observadora Silmara Molina.

No acumulado do ano, 2009 já batia o recorde como o mais chuvoso de Presidente Prudente antes mesmo de terminar. Ainda em novembro já acumulava 1.821 milímetros de precipitação, superando o ano de 1989, até então o recordista, quando os registros da Unesp marcaram 1.802 milímetros. Ao todo, choveu 2.049,6 milímetros no ano passado.

Conforme o secretário de Planejamento Laércio Alcântara, no ano de 2009 as chuvas causaram mais estragos que agora em 2010. Ele diz que na época a área urbana foi mais atingida que a área rural, ao contrário deste ano.

“No ano passado, a cidade teve vários pontos de alagamento. Na Vila Geni, várias casas foram demolidas e outras interditadas. No Muffato Max, houve o desmoronamento da barragem do estacionamento, entre outras situações na cidade e nos distritos. Já este ano não tivemos grandes problemas na área urbana. Talvez o maior tenha sido o alagamento na Avenida Ana Jacinta, com alguns prejuízos em veículos, e algumas casas em que entrou água. A área mais afetada em 2010 foi a zona rural”, afirma Alcântara.

De acordo com ele, os desabamentos de pontes e os estragos em estradas de terra nos limites do município aconteceram pelo excesso de água acumulada no solo desde dezembro do ano passado. “A terra não escoou, o que facilitou os desmoronamentos das pontes e cabeceiras. Os alicerces das estruturas não se fixaram na terra com o volume de água. O mesmo podemos dizer sobre as estradas, muita água sem escoamento causou a abertura de crateras e buracos”, explica o secretário.

Dados da Unesp mostram que em dezembro de 2008 choveu 73,6 milímetros, que, somados aos 557,7 de janeiro do ano passado, geram um total de 631,3 mm de chuva na cidade. Já em dezembro de 2009 a precipitação foi de 228,9 mm, mais os 399,8 mm que choveram até agora em janeiro, acumulando 628,7 milímetros.

Levando em consideração que faltam dois dias para o fim do mês e que a previsão, segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), é de 100% de probabilidade de chuva para esta quinta (28) e sexta-feira, e de 50% para o sábado e domingo (31), o índice de chuva de dezembro e janeiro últimos deve superar o de dezembro e janeiro de 2008 e 2009.

Com reportagem de Paulo Fernandes