Após o acidente ocorrido na última terça-feira (31), no curtume da unidade de Bataguassu do frigorífico Marfrig, técnicos e fiscais do Corpo de Bombeiros, Imasul e outros órgãos estaduais estiveram no local para colher material necessário para montar o laudo. A empresa aguarda a conclusão pericial e mantém a área isolada.
A Defesa Civil acompanhou os trabalhos dos bombeiros, juntamente com três técnicos da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb). Na tarde de quarta-feira (1º), a empresa responsável pelo depósito do ácido no tanque do curtume realizou a limpeza do local.
Segundo o coronel dos bombeiros, Ociel Ortiz Elias, no curtume há um tanque subterrâneo de 15 mil litros, divididos em três, sendo cada um de 5 mil litros. O acidente ocorreu quando a empresa responsável em abastecer os tanques foi fazer o servido e ocorreu uma reação química entre o produto depositado e o qual já estava no tanque, ocasionando o vazamento de gás sulfídrico. De acordo com o coronel, na nota fiscal da empresa tecerizada constava o nome do gás coramim.
As especulações até o momento dão conta de que os quatro funcionários que morreram eram os que estavam mais próximos do tanque. Em depoimento prestado ao delegado de Bataguassu, Pedro Caravina, o motorista alegou, na terça-feira (31), ter liberado 600 litros do produto, quando viu formar uma nuvem, então fechou a mangueira e saiu correndo do local. Em pouco tempo o gás tóxico se espalhou pelo curtume.
O Ministério Público do Trabalho também acompanhou a investigação, pela presença da procuradora de Três Lagoas, Ana Raquel Machado Bueno de Moraes, e solicitou documentos à empresa e colheu elementos para montar o relatório.
Agora, cada órgão deve fazer um relatório que será anexado à elaboração dos laudos que apontarão as causas do acidente. A polícia tem 30 dias para mandar o resultado do inquérito para o judiciário.
Volta ao trabalho
Nessa quinta-feira (2), os funcionários ligados aos abates voltaram a trabalhar normalmente. Segundo a assessoria do frigorífico, a unidade de Bataguassu é dividida em dois prédios, sendo que em um funciona o curtume, onde ocorreu o acidente, e no outro, a cerca de 500 metros de distância, concentram-se os abates, onde não chegou o vazamento de gás.
A Marfrig mantém o isolamento da área até que todos os procedimentos técnicos para o retorno da atividade sejam concluídos. Em nota, a empresa confrima que foi descarregado um produto químico em um compartimento inapropriado, que ocasionou uma reação química tóxica. “A quantidade de gás não oferece mais risco, a empresa vai fazer uma descontaminação do tanque para voltar a funcionar”, diz o coronel Ociel. (Com Mariana Lopes, MídiaMaxNews)
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