Da Redação
Em 13/06/2025 às 11:39
Muitas pessoas não compreendem a intensidade da fibromialgia e essa situação pode gerar um impacto emocional e social muito significativo
(Foto: Freepik)
Frequentemente incompreendida, a fibromialgia pode impactar profundamente a qualidade de vida de quem convive com a doença. Paciência, constância e o apoio de familiares e amigos de confiança são fundamentais nesse processo. Para ajudar a esclarecer essa condição e apresentar formas de cuidado, Maísa dos Santos, reumatologista cooperada da Unimed Presidente Prudente, traz orientações importantes.
A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada por dores musculoesqueléticas generalizadas, que persistem por mais de três meses. Os sintomas incluem fadiga persistente, distúrbios do sono e pontos específicos de sensibilidade dolorosa identificados durante o exame clínico, conforme explica.
“Outros sintomas podem estar presentes, como: alterações cognitivas (dificuldades de concentração e memória), dores de cabeça, formigamentos nas mãos e pés, ansiedade, depressão e alterações do ritmo intestinal, como constipação, diarreia e excesso de gases”, indica.
Quando esses sintomas se agravam e começam a comprometer a realização de atividades do dia a dia, como afazeres domésticos e tarefas ocupacionais, é um sinal importante para buscar ajuda médica.
Chegar ao diagnóstico de fibromialgia é um desafio, pois não existem exames laboratoriais ou de imagem que confirmem a presença da doença. “Ele [diagnóstico] é realizado exclusivamente por meio de avaliação clínica feita por um profissional especializado. Alguns dos sintomas também podem estar presentes em outras doenças”, conta a médica.
Quem é mais afetado pela Fibromialgia
Geralmente, os grupos mais afetados pela fibromialgia são as mulheres. A reumatologista explica que de 80% a 90% dos diagnósticos ocorrem no sexo feminino. A faixa etária entre 30 e 60 anos também apresenta alta incidência da doença. Porém, a Dra. Maísa reforça que a dor crônica pode surgir em qualquer idade, inclusive na infância e na velhice.
As causas exatas da fibromialgia também são desconhecidas. “No entanto, estudos indicam alguns fatores associados, como: Alterações cerebrais no processamento da dor; Fatores genéticos (maior ocorrência entre familiares); Estresse físico ou emocional; e Infecções ou outras doenças que possam desencadear os sintomas”, indica a reumatologista cooperada da Unimed.
Como tratar a Fibromialgia
Embora a fibromialgia não tenha cura, é possível controlá-la, promovendo uma melhor qualidade de vida ao paciente. Para isso, conforme explica a reumatologista, durante a consulta, é feita uma avaliação das possíveis causas que desencadearam a doença. Com base nos resultados, o médico define um tratamento medicamentoso, que deve ser individualizado e multidisciplinar, envolvendo reumatologistas, psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos.
O tratamento medicamentoso inclui: analgésicos, miorrelaxantes, antidepressivos e medicamentos específicos para dores crônicas. Outras abordagens incluem: Exercícios físicos leves e regulares, como caminhadas, hidroterapia, hidroginástica e natação; Terapias complementares, como fisioterapia, miofascioterapia, acupuntura, yoga e meditação; Psicoterapia (principalmente a terapia cognitivo-comportamental); e Grupos de apoio para maiores esclarecimentos sobre a doença e orientações de métodos para o controle do estresse.
Impactos e Apoio
Muitas pessoas não compreendem a intensidade da fibromialgia e essa situação pode gerar um impacto emocional e social muito significativo. Os pacientes podem apresentar ansiedade, depressão, alterações frequentes de humor, dores, fadiga e outros sintomas, que podem levá-los ao isolamento familiar e social. “O paciente passa a se sentir incapaz, inútil e incompreendido pela família, colegas de trabalho e amigos”, relata.
“Os familiares devem procurar conhecer a doença e seus sintomas. Ela não é ‘frescura’ ou exagero. Trata-se de uma condição dolorosa, debilitante e crônica que, apesar de não causar deformidades, afeta grandemente a qualidade de vida dos pacientes”, ressalta Dra. Maísa.
A reumatologista orienta que os pacientes compartilhem suas dores e demais sintomas com familiares e amigos de confiança, que possam acolher e compreender sua condição, oferecendo o apoio necessário. “Sugiro que evitem falar sobre suas limitações com pessoas pouco receptivas, que em nada contribuirão para sua melhora. Pelo contrário, podem fazer críticas que agravarão a doença”, ressalta.
Segundo a médica, o melhor caminho é buscar ajuda especializada e compreender que o tratamento é contínuo, envolvendo o uso de medicamentos e o acompanhamento de psicólogos e fisioterapeutas, sempre com foco na qualidade de vida e no bem-estar do paciente.
“Tenham paciência, pois muitas vezes será necessário retornar ao médico para mudanças de medicamentos e ajustes de doses. Mantenham a mente positiva e acreditem que, com as medidas corretas, os sintomas diminuirão de intensidade. Tenham confiança no tratamento, perseverança no uso das medicações e propostas terapêuticas, e esperança no controle dos sintomas para, assim, alcançar uma melhor qualidade de vida”, finaliza a especialista.
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