Enfraquecida, figueira pode ser erradicada; laudo vai decretar futuro

Com sua estrutura seriamente comprometida após perder boa parte de seus galhos, a figueira centenária tombada como patrimônio paisagístico localizada na Rua Bela, ao lado do Parque de Uso Múltiplo (PUM), poderá sofrer o processo de erradicação diante da possibilidade de riscos à segurança de pedestres e motoristas. A medida será avaliada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea), que já acionou o Ministério Público Estadual (MPE-SP).

Alvo constante de envenenamentos ao longo de quatro anos, conforme denunciou o Portal, a árvore sofreu a queda de quase metade de sua estrutura na noite dessa terça-feira (23), o que ocasionou a interrupção de energia para dezenas de casas e estabelecimentos, além da interdição do trânsito.

Logo nas primeiras horas desta quarta-feira (24), teve início o processo de retirada de troncos e galhos em ação realizada por equipes da Prudenco e da empresa Transforma Energia, que reutilizará o material para a criação de biomassa empregada em caldeiras.

"A primeira coisa que fiz pela manhã foi ir até o local e acompanhar todo o trabalho. A Secretaria de Meio Ambiente vai fazer uma vistoria completa na árvore para ver as reais condições que ela se encontra. O que posso antecipar, até como engenheiro florestal, é que agora ela está com risco de queda muito maior até pela descompensação na estrutura após a queda dos galhos", explica o secretário municipal de Meio Ambiental, Fernando Luizari.

De acordo com ele, o objetivo principal é evitar novos acidentes que possam vitimar pessoas. Desta forma, um laudo será elaborado após uma vistoria minuciosa na figueira. "É uma árvore que sofreu seguidos ataques, por fogo ou envenenamento. Vamos fazer essa vistoria, emitir um laudo e procurar as autoridades competentes visto que ela é imune a corte conforme o decreto de 2018, que deu essa qualidade para ela", fala.

"O objetivo é preservar vidas humanas. Do jeito que ela está aqui, oferece um risco eminente de queda em cima do PUM. Mas, só depois da avaliação poderemos emitir uma opinião mais concreta sobre isso", adianta.

Inércia

Apesar de dois boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil e um inquérito aberto no Ministério Público Estadual (MPE-SP), a figueira contou apenas com a instalação de um gradil e a própria sorte, o que não foram suficientes para cessar os ataques.

Nesta semana, uma reunião discutiu projeto para poda e erradicação de árvores na cidade como forma de prevenção de acidentes. Contudo, Luizari revela que a situação da figueira não foi elencada pelo MPE-SP.

"Estivemos no MPE sobre podas em árvores de grande porte. Não foi falado dela, mas a árvore está na lista daquela que teremos que fazer podas. Mas, não tivemos pronunciamento do MPE sobre ela [envenenamento]", finaliza.

Operação de retirada dos galhos

Desde as primeiras horas desta quarta-feira (24), funcionários da Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco) e da empresa Transforma Energia - com sede em Caiabu - trabalham em conjunto na retirada dos galhos e troncos da figueira.

Ao todo, são transportadas 17 toneladas de resíduos que foram recolhidos do local. "A nossa participação visa auxiliar a Prefeitura na destinação correta dos galhos retirados do local, de forma que esse material possa ser reaproveitado. Neste caso, ele vai ser triturado e, em seguida, transformado em insumo energético para ser utilizado nas caldeiras de biomassa", explica a engenheira ambiental da Transforma Energia, Nelissa Garcia Balarim. 

"É uma parceria muito importante. Esse material inservível em nossas mãos será transformado em material reutilizável", comenta o diretor-presidente da Prudenco, Valdecir Vieira.