Protetor solar deve ser usado ano todo, inclusive no inverno, alerta dermatologista

O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Diante da alta incidência, campanhas como o ‘Junho Preto’ são essenciais para reforçar a importância dos cuidados diários com a pele. Quando identificado precocemente, o câncer de pele tem mais de 90% de chance de cura. 

Segundo a dermatologista cooperada da Unimed Prudente, Mariana Alvares Penha, ajustes simples no estilo de vida ajudam a reduzir os riscos de contrair a doença. O uso diário de protetor solar com FPS 30 ou superior é uma das principais recomendações, assim como evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h. Quando a exposição for inevitável, é indicado o uso de roupas de proteção, como blusas de manga longa, chapéu ou boné, calças e óculos escuros.

“As áreas mais acometidas pelo câncer de pele são as que chamamos de fotoexpostas, que são as expostas ao sol. Então, o lugar mais comum é o rosto, que sempre está exposto, mas também pernas, braços, áreas que geralmente ficam descobertas pelas roupas”, alerta.

Pessoas com pele clara, olhos e cabelos claros, ruivos, pessoas com sardas ou histórico familiar da doença fazem parte do grupo de maior risco. Profissionais que trabalham sob exposição solar também devem redobrar o cuidado. “Esses pacientes merecem ser avaliados, pelo menos, a cada seis meses pelo dermatologista. E todos, independentemente do risco, precisam passar em consulta ao menos uma vez por ano para um check-up das lesões de pele”, recomenda a dermatologista.
 
Prevenção

O uso constante do filtro solar faz toda a diferença. “É preciso usar protetor solar todos os dias, de FPS 30 ou mais. Passar em todas as áreas que estão expostas ao sol”, orienta a médica.
Ela reforça que a reaplicação do produto é fundamental. “Sempre falo que o que está embaixo da roupa está protegido, mas o que está exposto precisa de proteção solar, e precisa passar e reaplicar esse protetor. Oriento passar pela manhã e na hora do almoço, todos os dias, mesmo se estiver chovendo ou nublado”, destaca.

Para atividades como praia ou piscina, além do protetor, a recomendação é buscar sombra e o uso de guarda-sol. “Utilizar sombrinha para caminhadas longas também vale a pena”, completa a Dra. Mariana.

A exposição solar é cumulativa — ou seja, os danos se somam ao longo da vida. “Então, não é só o sol de agora, é o sol da vida inteira. Vale a pena a gente se proteger desde cedo e ter o hábito de usar protetor solar por esse motivo”, reforça.

Queimaduras intensas, especialmente na infância e adolescência, também aumentam o risco de câncer de pele grave, como o melanoma. “Quanto mais a gente teve dessas queimaduras, mais isso vai repercutir na pele e elevar o risco do melanoma, que é o tipo mais grave”, alerta.

Sinais de alerta

Observar a própria pele é essencial para o diagnóstico precoce. “Quando a gente tem uma pinta que vai mudando, que está evoluindo, que está crescendo, ficando assimétrica, mudando de cor, que está machucada e não cicatriza – o que era para cicatrizar em 10, 15 dias – é preciso procurar um dermatologista, pois merecem ser avaliadas”, orienta a especialista.

Ela também destaca a regra do ABCDE para autoavaliação das pintas: “O ‘A’ é de assimetria; B, de bordas irregulares; C, de coloração variada; D, de diâmetro maior que 5mm; e E, de evolução — quando a lesão cresce, muda, sangra ou não cicatriza. Essa verificação simples pode ajudar a identificar lesões suspeitas e a buscar ajuda médica precocemente.
 
Cuidados no inverno

Com a chegada do inverno, cuidados redobrados são necessários para manter a pele saudável. “O inverno é um período que a gente toma banho mais quente, por exemplo, então, é preciso hidratar muito bem a pele. Evite banhos demorados e muito quentes”, recomenda a médica.

Ela também lembra que o uso excessivo da bucha de banho pode ressecar ainda mais a pele. “Um banho por dia geralmente é suficiente e, ao sair do banho, sempre hidratar muito bem a pele, os lábios e o rosto, e continuar fazendo uso de protetor solar como qualquer outro dia”, completa.

Por fim, a dermatologista cooperada da Unimed Prudente ressalta que qualquer protetor com FPS acima de 30 pode ser usado tanto no corpo quanto no rosto. “Caso não queira utilizar um específico para o rosto, pode aplicar o mesmo do corpo em todas as regiões expostas”, orienta.