Da Redação
Em 31/05/2025 às 09:27
Grupo de Tabagismo, ativo há 10 anos, já atendeu uma média de 400 pessoas
(Foto: Secom)
Subir uma escada sem perder o fôlego. Sentir o cheiro do café logo pela manhã. Respirar com leveza. Atos simples para muitos, mas desafiadores para quem convive com o vício do cigarro há anos. Em Presidente Prudente, um projeto realizado nas unidades de saúde do município auxilia fumantes a largarem o vício e retomarem a qualidade de vida.
O Grupo de Tabagismo, ativo há 10 anos, já atendeu uma média de 400 pessoas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Estratégias de Saúde da Família (ESFs). A iniciativa segue um modelo padronizado pelo Ministério da Saúde, por meio do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, com acompanhamento de enfermeiros, médicos, psicólogos e farmacêuticos. O programa inclui reuniões em grupo, uso de medicamentos e terapia de reposição de nicotina (como adesivos).
A proposta envolve cinco encontros mensais: dois quinzenais e um mensal, todos com foco no acolhimento, escuta e construção de novas rotinas. “Parar de fumar é difícil, sim. Mas é possível. Com apoio, informação e acolhimento, cada pessoa pode começar uma nova vida mais leve, saudável e feliz”, afirma a secretária municipal de Saúde, Débora Tiezzi.
Com apoio do grupo, muitos ex-fumantes conseguiram vencer o vício. É o caso da dona Aparecida Albino Inácio Rocha, 53, que não acende um cigarro desde 2023. “Foi difícil no começo, me apeguei em minha fé, contei com o apoio do grupo e quando comecei a respirar melhor, percebi que fiz a melhor escolha”, contou ela.
A boa notícia é que o corpo humano reage rapidamente à mudança: “Já no primeiro dia sem o cigarro o organismo começa a reagir positivamente, a respiração melhora, o paladar volta e o corpo agradece. Nossos grupos começam com cerca de 20 participantes e, ao longo desses dez anos, já acolhemos diversas pessoas que tiveram a chance de recomeçar e conquistar uma nova vida”, destacou a apoiadora institucional das Esfs, Renata Gimenes.
Causa evitável
Atualmente, o tabagismo é considerado uma das principais causas evitáveis de morte no mundo. No Brasil, o cigarro está relacionado a cerca de 30% das mortes por câncer e a 90% dos casos de câncer de pulmão. E os riscos aumentam ainda mais com o uso combinado de álcool e tabaco.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de boca é o quinto mais comum entre os homens brasileiros, com 10.900 casos previstos apenas em 2025. O número entre as mulheres também é preocupante: 4.200 casos estimados. A doença pode atingir lábios, língua, gengiva, bochechas e céu da boca, comprometendo funções básicas como mastigação, deglutição e fala.
Maio é o mês de duas campanhas importantes: o Maio Vermelho, de prevenção ao câncer bucal, e o Dia Mundial Sem Tabaco (31), que convida à reflexão e ao recomeço. Quem quiser participar pode procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência.
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