Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Sem aterro, solução para descarte de lixo deve demorar 20 anos

ROGÉRIO MATIVE

Em 30/09/2020 às 10:41

Atualmente, lixão do Distrito Industrial funciona como aterro controlado; Justiça determinou fechamento

(Foto: Rogério Mative)

A solução para o descarte correto de resíduos sólidos - lixo - deve demorar 20 anos para ser efetivada em Presidente Prudente. É o que diz o professor doutor da Unesp, Fernando Okimoto, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS).

Com a presença de apenas alguns prefeitos de municípios participantes do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista (Cirsop), o plano foi apresentado durante reunião nessa terça-feira (29).

Agora, o documento será submetido à consulta pública por 30 dias. Dessa forma, a população poderá fazer sugestões e críticas visando melhorar o Plano de Resíduos Sólidos.

Em seguida, ele será apresentado e aprovado em audiência pública e em assembleia do Cirsop para, por fim, entrar em fase de execução.

Plano foi apresentado durante reunião na Prefeitura de Prudente | Foto: Marcos Sanches/Secom

Aterro pode demorar

Recentemente, o juiz da 1ª Vara Cível, Luiz Augusto Esteves de Mello, determinou que a Prefeitura de Prudente encerrasse as atividades no lixão do Distrito Industrial, que foi classificado como vazadouro ou "aterro controlado", sob pena de multa mensal fixada em R$ 50 mil.

Contudo, apesar de promessas feitas em campanhas eleitorais, e com fim anunciado há anos apesar de ter recebido nova nomenclatura, o lixão deve seguir ativo por meio de recursos judiciais.

Isso, porque o Plano de Resíduos não propôs um local para a implantação do aterro regional, que atenderá os municípios consorciados. "O PIGIRS não propôs um local, pois a lei estabelece que resíduos não podem ser enterrados, apenas rejeitos. Isso é um problema para todos os gestores, pois ninguém tem rejeito, tem resíduo, que é uma mistura de tudo", explica Okimoto.

"Supostamente, a solução é separar tudo que for possível e só aquilo que não for possível vai para o aterro, e essa é uma visão que poucos têm. Terá de haver uma série de ações para ir melhorando isso até chegarmos a um ponto em que tenhamos a possibilidade de aterrar somente rejeitos", avisa.

O coordenador do plano revela ainda que apenas daqui 20 anos a situação dos resíduos estará resolvida. "A cada ano vão sendo implementadas ações de forma sistêmica, em sequência, para que uma potencialize a outra e consigamos resolver algo que está difícil de ser resolvido. Em 10 anos estaremos muito melhor que hoje, e em 20 anos, estará resolvida a situação dos resíduos", pontua. 

"Gerenciamento de resíduos é algo árduo, não é uma solução para curto prazo. Isso começa com a educação ambiental", complementa Okimoto.

Desafio à vista

O diretor-executivo do Cirsop, Mateus Godói, garante que não haverá mais poluição após a implantação do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos. Contudo, o desafio é executá-lo.

"É um benefício imensurável à população e diz ainda que com a implantação do mesmo não haverá mais poluição. Os ganhos são fenomenais. O mais importante, além das questões ambientais, é a social, pois somente em Prudente são mil pessoas que vivem da reciclagem. A partir do momento que se tem o plano, que agora o desafio é executá-lo, resolve essas problemáticas. Para questão do meio ambiente e social é um passo gigantesco", diz.

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