Rogério Mative
Em 17/03/2012 às 10:33
Contrário ao reajuste de 6,5% que será levado à votação na próxima segunda-feira (19) na Câmara Municipal, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Municipal (Sintrapp) tentará barrar a proposta do Executivo pedindo aos vereadores o adiamento do projeto. Em assembleia realizada na noite dessa sexta-feira (16), a categoria decidiu que fará mobilização em frente à Prefeitura na terça-feira (20), antecedendo a convocação para deliberar a greve dos servidores.
Com cerca de 100 trabalhadores presentes, a presidente do Sintrapp, Ana Lúcia de Mattos Flores, classifica como positiva a assembleia realizada na sede do sindicato. "A assembleia foi melhor do que eu esperava. Teremos a participação do servidor na segunda-feira para segurar o projeto na Câmara. O servidor quer muito mais. Na terça-feira terá mobilização na rampa da Prefeitura o dia todo em esquema de revezamento. Ainda na terça, teremos uma nova assembleia para organizar a greve, que tem todo um procedimento", explica.
Conforme Ana Lúcia, a greve deve ser deflagrada na terça-feira. "Essa proposta é indecente [reajuste de 6,5%]. É bem forte a chance de ter greve. Paralisação ou greve indeterminada", avisa.
Para a dirigente sindical, a Prefeitura está utlizando a consulta ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) como forma de escapar da ira dos servidores. "Ele [secretário municipal de Administração Alberico Bezerra] está mal assessorado e o jurídico equivocado. Estão querendo jogar a culpa no TRE. Mas nossa pauta foi protocolada em outubro; eles tiveram tempo", reclama.
"A lei é clara, seis meses antes e seis meses depois não pode. Reajuste de 6,5% é obrigação. Não estão dando nada. A possibilidade é até 7 de abril sair alguma coisa, depois disso nem na data-base do ano que vem. Estamos convocando os servidores para a luta", pontua.
"Chantagem fora do vocabulário"
Ela também rebateu a fala de Bezerra sobre uma possível "chantagem" do Sintrapp ameaçando greve por ser ano eleitoral. "Isso não é chantagem, é fato. É algo real, estamos fazendo nosso papel e esclarecendo o servidor. Não fazemos e nem aceitamos chantagem. Não existe essa palavra no nosso vocabulário", conclui.
