Da Redação
Em 22/07/2011 às 08:42
(Foto: Arquivo)
Depois de pagar os salários dos funcionários com base na
inicial do nome e demitir 20 comissionados para enxugar a folha, a Prefeitura
de Martinópolis agora decidiu proibir os servidores de falar sobre os atrasos
nos pagamentos. A determinação foi feita através de um decreto do prefeito
Waldemir Caetano de Souza (Baixinho).
A menos de dez dias do fim do mês, 218 funcionários da Prefeitura
continuam trabalhando sem receber os salários. Desde outubro do ano passado os
vencimentos têm sido pagos com atrasos. Neste mês, a cidade usou um critério
polêmico para fazer os pagamentos: a letra inicial do nome do servidor,
partindo da letra "z".
O prefeito da cidade, que tem seu nome iniciado com a letra "w",
já recebeu seu pagamento. “O fato de que pagou do z ao m foi simplesmente o que
saiu no sorteio, não teve participação do prefeito. O fato de ele ter recebido
foi simples coincidência”, diz a diretora de Administração do município, Margarete
Hermsdorff.
O decreto proíbe que os funcionários públicos falem de assuntos
pessoais, como salários, façam reclamações ou organizem manifestações durante o
horário de trabalho.
“Eu acredito que o funcionário tem razão e acho que as
manifestações têm que acontecer. Mas dentro da nossa cidade, dentro de uma
proporção que não leve um nome na mídia como levou, porque daí eu tenho que
tomar atitudes que realmente não são boas pelo próprio funcionalismo”, afirma o
prefeito Baixinho.
Segundo o advogado trabalhista Evandro Ferrari, o decreto e o
pagamento de apenas parte dos salários com critérios são inconstitucionais. “É
um excesso, e atenta contra direitos de liberdade, de manifestação”, afirmou.
A presidente do Sindicato dos Servidores de Martinópolis
protocolou uma denúncia contra a prefeitura no Ministério Público do Trabalho.
(As informações são da TV Fronteira)
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