Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Projeto soma mais de 25 milhões de mudas arbóreas produzidas

Da Redação

Em 07/07/2021 às 12:25

Associação possui uma área de 38,5 mil m² e um viveiro com capacidade atual de produção de 3 milhões de mudas por ano

(Foto: Danilo Bomfim/Pontal Flora)

Nascida a partir da iniciativa de promover a preservação dos últimos maciços florestais na região do oeste paulista, estimulando a implantação de áreas de reflorestamento em áreas degradadas, bem como o plantio de pequenas florestas de produção comercial para suprir o mercado regional atendendo a demanda dos consumidores de matéria-prima lenhosa, a Associação de Recuperação Florestal do Pontal do Paranapanema (Pontal Flora) completa 30 anos com uma marca expressiva: 25 milhões mudas produzidas e entregues. 

Localizada em Presidente Venceslau, a associação possui uma área de 38,5 mil m² e um viveiro com capacidade atual de produção de 3 milhões de mudas por ano tornando-se referência, não somente no Oeste Paulista, como também em todo o Estado de São Paulo.

Levantamento divulgado recentemente, contabiliza cerca de 25 milhões mudas produzidas e entregues nos últimos 30 anos. O surpreendente número sugere a 20,8 mil hectares plantados, o equivalente a quase 30 mil campos de futebol.  

Segundo o presidente e um dos fundadores da associação, José Alberto Mangas Pereira Catarino, a Pontal Flora nasceu para fomentar a implantação de uma nova cultura regional de preservação ambiental, em uma época em que a sustentabilidade e o meio ambiente não eram preocupações do acanhado desenvolvimento regional.

 “Muito diferente do que vemos hoje em dia, onde as palavras sustentabilidade e preservação do meio ambiente são pauta frequente em discussões sobre economia, investimentos, saúde pública, etc., não era do mesmo modo até o início dos anos 1990. Ainda assim, um ano antes da ‘Conferência Eco 92’, promovida pelas Nações Unidas na cidade do Rio de Janeiro para se discutir modelos de desenvolvimento ambientalmente sustentável ao nível global, um consciente grupo formado por educadores, empresários, agentes políticos e entusiastas das causas ambientais se reuniram e criaram a Pontal Flora para que fossem debatidos e encontrados mecanismos para as questões ambientais mais afetas à nossa realidade local”, explica Catarino. 

A principal ação implantada foi a produção de mudas com o objetivo de reflorestamentos próximos às fontes de consumo, para que os consumidores da região pudessem contar com o suprimento de matéria-prima energética ou industrial, a uma distância compatível e sem os elevados custos de transporte.  

“Plantar pequenas florestas de produção protege e conserva os solos da erosão, evita o assoreamento dos rios, influi na regulação do clima, sequestro de carbono e propicia um ambiente favorável para a fauna silvestre, além de, indiretamente, preservar os maciços que restaram das florestas naturais e todos os benefícios diretos que advém delas e que também favorecem todo o ecossistema e a vida humana”, enaltece. 

Por ser uma organização não governamental, ou seja, não está vinculada e tampouco recebe verbas fixas de qualquer esfera de governo, a Pontal Flora tem seu custeio principal calçado na comercialização de mudas, na prestação de serviços de plantio e manejo florestal e no recolhimento da verba da reposição florestal pelos consumidores de produtos florestais.

Para tal, é amparada pela Lei da Reposição Florestal n.º 10.780/2001 e também pela Resolução n.º 82/2008 editada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a qual prevê que as pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvem atividades que consomem a madeira bruta - lenha ou toras - ou que fazem sua primeira transformação - produção de carvão ou desdobramento -, estão sujeitas à reposição florestal.  

As mudas produzidas são disponibilizadas a pequenos e médios produtores rurais da região, com toda a assistência técnica para a formação de maciços florestais que, em curto espaço de tempo, acabam também sendo fontes de matéria-prima e, consequentemente, nova opção de renda e geração de empregos que fortalecem a qualidade de vida regional. 

Através da Federação das Associações de Reposição Florestal do Estado de São Paulo (Faresp), que congrega onze associações de recuperação florestal existentes no estado, e escorada na legislação ambiental vigente, foi possível reduzir, drasticamente, o desmatamento criminoso no território paulista. 

“Tal feito, que muito nos orgulha, possibilitou levar o modelo paulista da reposição florestal existente para que fosse apresentado e implantado, em caráter de teste, junto aos governos da Venezuela e da Nicarágua, na primeira metade da década de 2000, quando tivemos a oportunidade de ser convidado pelo Ministério das Relações Exteriores para integrar comitiva de apoio e consultoria junto a pequenos empresários, ecologistas e representantes dos referidos governos”, detalha Catarino. 

Educação Ambiental 

Não apenas a produção de mudas se limita o trabalho desenvolvido pela Pontal Flora. Ao longo de 30 anos a associação também possui trabalho ativo na área de educação ambiental. 
Somam-se mais de 2.300 iniciativas envolvendo escolas das redes públicas e privadas, sindicatos de classe, associações rurais, recicladores, universidades, governos municipais, clubes de serviço e sociedade civil. 

Palestras, exposições sazonais, debates e visitas à sede da associação feitas principalmente por estudantes de todos os níveis de graduação são uma constante durante todo o ano. Para tanto, a Pontal Flora conta com uma sala dedicada exclusivamente para estudos na área, contando com equipamentos audiovisuais e biblioteca, sendo esta credenciada pelo Ministério do Meio Ambiente.  

Os visitantes podem também observar a rotina do viveiro, desde o preparo das sementes, estágios de semeadura, germinação e demais etapas de desenvolvimento até a fase de expedição das mudas para plantio. 

Dois lagos em que a água excedente da irrigação é captada e disponibilizada para reuso e um arboreto com mais de 85 espécies diferentes de árvores nativas da mata atlântica com ocorrência na região do oeste paulista, compõem o conjunto urbano/florístico de rara beleza que integram o centro de produção.  

No entanto, desde março do ano passado quando foi declarado o status de pandemia provocado pelo novo coronavírus e seguindo os mais rígidos protocolos de segurança visando a saúde de seu quadro de funcionários, colaboradores e dos próprios visitantes, a sede da Pontal Flora cancelou as visitas presenciais, limitando as atividades aos meios digitais. 

Aproveitando do período fechado a visitações, a sede da Pontal Flora tem recebido diversas melhorias fruto de convênio resultante do Acordo Judicial entre o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de São Paulo e Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp). 

Está em curso a ampliação do escritório e sala de atendimento, construção de novas áreas como oficina e garagem. Foi recentemente concluída a sala de manuseio e seleção de sementes e o laboratório voltado a testes de pureza e germinação, dotado com câmara fria. 

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