Da Redação
Em 13/12/2013 às 14:00
É comum sentirmos simpatia, afinidade, indiferença, antipatia e até aversão por pessoas que acabamos de conhecer, mas em uma segunda oportunidade isso pode se inverter e nos simpatizarmos com quem causara má impressão e vice versa.
Na relação matrimonial, a pessoa com quem vivemos por anos e com ela caminhamos, sorrimos, choramos, partilhamos segredos e que até dias atrás dizia nos amar, hoje pode já não nos querer e procurar em outra, algo que entende não possuirmos.
Tudo isso provoca dúvidas, angústias, lágrimas e nos faz procurar explicações que só serão encontradas quando buscadas em cada detalhe dos comportamentos passados, arquivados nas milhares de gavetas, das centenas de cômodas, dos diversos quartos de nossa memória.
Apesar das pessoas normalmente serem muito insistentes em seus questionamentos - principalmente quando queremos ficar quietos e repetimos: "Não é nada..." -, naquele momento buscamos o maior silêncio possível, para podermos mergulhar em pensamentos.
Essa análise introspectiva provavelmente nos permitiria encontrar, nas passagens ali arquivadas, uma justificativa lógica que nos fizesse entender porque o que pensávamos ser amor - que só deveria dar prazeres e alegrias -, hoje só nos provoca dissabores e tristezas.
Só após esse mergulho em nossas profundezas estaremos prontos para discutir o assunto com outra pessoa, que entendemos ser a melhor para nos ouvir, que já tenha passado por situação semelhante, seja madura, experiente, confiável, e não por aquela que, mesmo com boas intenções, não foi escolhida para nossas confidências.
Ela provavelmente nos mostrará que o parceiro é quem está perdendo, que somos muito superiores a ele e merecemos alguém melhor. Que bastaria olharmos para os lados e veríamos que são raros os que possuem nossa saúde, educação, família, padrão social, econômico, cultural e consequentemente, mais possibilidades de sermos felizes e gerarmos felicidade.
Todos trazem, em suas histórias, alegrias, tristezas, esperanças, frustrações, amigos, desafetos, sonhos, decepções, lágrimas, sorrisos, encontros, desencontros, paixões - retribuídas ou não -, o que não significa sermos piores que alguém, mas que vivemos, pois só quem não viveu plenamente não sentiu todas essas variáveis.
Os que realmente vivem - e não só passam pela vida -, podem tropeçar e cair diversas vezes, mas se levantam e, mesmo na solidão, estão sempre prontos para continuar sua caminhada, para um recomeço em busca daquele horizonte de onde certamente enxergarão um novo mundo, com mais campos, lagos, flores e cores.
Por isso continuam sua viagem sem medo, confiando em sua capacidade de superar todas as dificuldades que lhes forem apresentadas. Sabem que mesmo sem buscá-lo, em algum local o amor os abordará e que o encontrado sempre será melhor que o procurado.
O poeta e escritor rondoniense Nazareno Vieira de Souza, usando o pseudônimo de Augusto Branco disse: "Onde não puderes amar, não te demores". Portanto, não chame de amor quem te faz lamentar ao invés de te fazer sorrir e não permita que entre os bilhões de habitantes da terra, uma única pessoa possa lhe fazer infeliz.
Você certamente será mais feliz longe de quem não te ama.
*João Bosco Leal é jornalista e empresário
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