*João Bosco Leal
Em 03/10/2015 às 11:01
(Foto: Arquivo)
Os jovens normalmente são muito afoitos em tudo. Quando descobrem os prazeres provocados pela carne, então, são insaciáveis. Parece que o mundo acabará no dia seguinte e sua necessidade de aproveitar ao máximo esses prazeres - e com o maior número possível de pessoas -, chega a ser indescritível.
Com os anos, vão percebendo que muito do que pensavam ser um prazer, na realidade não foi tanto assim e, depois de ocorrido, muitas vezes pode até provocar uma série de problemas, físicos, de saúde, psicológicos, de repulsa pelo outro ou um enorme arrependimento por ter ocorrido.
Muitas pessoas que pensavam ser de determinada maneira não o eram. Física, mental, cultural ou moralmente, elas eram um espécie de lixo humano. Mas aí tudo já havia ocorrido e só restava o arrependimento, que muitas vezes perdurará pelo resto da vida, pois em alguns casos elas continuarão próximas, presentes, ou ao menos conhecidas de conhecidos.
Poderão, indefinidamente, fazer comentários maldosos a seu respeito, dizer coisas que ocorreram e outras que não. E só depois de passar por experiências negativas como essas, o jovem começará a perceber que a entrega física a um parceiro ou parceira é algo muito importante para ocorrer com qualquer um.
Os mais velhos - que já passaram ou viram muitas pessoas passar por diversos problemas ou constrangimentos por terem se relacionado com muitos ou com qualquer um -, sabem que essa entrega física só deveria ocorrer com alguém que realmente valha a pena, não só fisicamente, mas quando for uma pessoa que possua outras qualidades como princípios éticos, moral, e dignidade.
Sem esse conjunto de atributos, as entregas quase que certamente causarão muito mais arrependimentos que saudades. Entretanto, quando o envolvimento e a entrega, ocorre com alguém com essas características, percebe-se que a espera foi gratificante e que, agora sim, a pessoa vale a pena.
Aqueles com maior idade, mas que por um motivo ou outro acabaram se casando muito jovens e depois de determinado tempo, por separação ou viuvez encontram-se novamente solteiros - tenho um amigo vivenciando isso -, também passam por essa fase de "liberdade" e, principalmente, por uma busca alucinada por novas experiências de satisfações físicas.
Mas logo perceberão que isso também não vale a pena, que aquele prazer físico é muito rápido, pouco duradouro e nada construirá. Muito pelo contrário, certamente ocorrerão as mesmas experiências negativas, de arrependimento, de asco pelas pessoas erradas e riscos desnecessários.
Claro que todos possuem seus defeitos, mas em sua grande maioria, eles têm origem no fato de estarem sós, longe da pessoa que desejam. Passei mais de meio século para encontrar alguém que, ao fim do dia, me provocasse ter vontade de voltar para casa e sempre imaginei que quando esse encontro ocorresse, não poderia, em hipótese alguma, ou por qualquer motivo, ser desperdiçado.
Entretanto, ao encontra-la, por mais que eu tente, lhe explique que ela é quem busquei por toda a vida, suas dúvidas, questionamentos e os disse-me-disse, não permitem que ela comigo viva esse amor.
Todos viveriam muito melhor se deixassem de lado a grande maioria das opiniões alheias, suas dúvidas e questionamentos para, diante da pessoa que desejam, dizer: Eu cuido de você e você cuida de mim. Não desisto de você e nem você de mim.
Entretanto, só sou normal até ouvir tocar minha música favorita. Portanto, deixe tudo de lado e venha dançar.
*João Bosco Leal é jornalista e empresário