Rubens Shirassu Jr.(*)
Em 11/07/2011 às 09:45
(Foto: Fotomontagem)
O empate do jogo Brasil e Paraguai, demonstrou as poucas chances que a nossa seleção tem para chegar às finais. Fica a impressão que os jogadores não veem a hora de voltar ao país para se reunir com familiares e amigos. Tal a falta de entrosamento e vontade de classificar a seleção.
Durante a partida, os jogadores passaram correndo na ânsia individual de marcar um gol de placa. Assistimos a uma verdadeira “pelada de timeco ruim e medíocre”, e considero a pior seleção que já enfrentou uma Copa América. No feriado de sábado, a seleção deixou a marca da decadência do futebol brasileiro diante das câmeras de TV do mundo. Tirou a máscara e colocou em xeque os ídolos como Neymar, Pato e Ganso!
Continuam as discussões sobre se existe ou não marmelada no futebol. Se há tanta corrupção no universo dos negócios e da política, por que não haveria no futebol? Deve ser raro, mas se for comprovado que alguns jogadores receberam dinheiro para perder, é caso de polícia.
Entre entregar ou não um jogo, há muitas outras possibilidades concretas e subliminares. A vida se passa muito mais nas entrelinhas, nas subjetividades, no que não é feito, no querer não querendo, do que no é isso ou aquilo.
Quando um técnico não troca os titulares para não prejudicar a imagem destes com a mídia e seus patrocinadores, os outros jogadores não se empenham como deveriam para ganhar a partida, mesmo dizendo que vão jogar para vencer, seria uma entregadinha? Ou seria apenas, como afirma a maioria dos brasileiros, conscientes dos altos salários das “estrelas” do futebol, dos interesses embutidos envolvendo “cartolas”, marketeiros que manipulam as notícias, os grandes contratos, a vida privada dos ídolos e, além disso, a autopromoção de certos jogadores.
Em outras épocas, as pessoas sofriam por desejar algo proibido, mesmo se não fizessem nada. No atual mundo narcisista e da ilusão, sofrem se não fizerem tudo o que desejam.
Existem pessoas que se acostumam com certas coisas e privilégios. E acham que tudo é normal e permitido, e ainda justificam, ao dizer que futebol é paixão. Para elas, entregadinha pode. Talvez, precise rever os critérios de seleção de profissionais que não estejam defendendo a camisa com raça, com medo de machucar a perna ou ralar o calcanhar, para não ficar afastado do time estrangeiro. Seria uma questão de honra ou pela pobreza cultural, por serem do terceiro mundo, desconhecendo o sentido da palavra representar, defender e nacionalismo.
(*) Rubens Shirassu Jr. é designer gráfico e escritor
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