Inocêncio Erbella (*)
Em 14/06/2011 às 12:21
Dia 11 do
corrente, o jornal “Integração”, de Presidente Venceslau, na página 09,
publicou entrevista concedida pelo empresário Jeferson Platzeck Estrella,
Presidente do Sindicato Rural Patronal de Presidente Venceslau e Marabá
Paulista, sobre a questão fundiária no Pontal do Paranapanema.
Ao lado
dessa matéria, o diário venceslauense, na análise das palavras do entrevistado,
emitiu sua opinião, nos termos que se seguem: “Nossa Opinião. São sensatas e
imparciais as opiniões do Presidente do Sindicato Rural Patronal de Presidente
Venceslau e Marabá Paulista, o jovem empresário Jeferson Platzeck Estrella.
Refletem, com certeza, a opinião dominante entre os habitantes da região do
Pontal do Paranapanema. Este suplemento tem se batido pela necessidade urgente
da Assembleia Legislativa do Estado deliberar sobre a questão fundiária do
Pontal do Paranapanema. Qualquer programa de fomento ao desenvolvimento
regional passa obrigatoriamente ’pelo histórico problema fundiário que inibe o
afloramento do extraordinário potencial da 10ª Região Administrativa do Estado’.
A estruturação da cadeia produtiva só será alcançada se afastado esse
nefasto óbice e enriquecida por propostas coerentes, como as postas pelo nosso
entrevistado de hoje. Atentem Senhores Deputados para o fato de que até agora
nenhum acordou resultou da Lei Estadual 11.600 e por um só motivo: essa Lei
contém dispositivos impossíveis de serem cumpridos. É bom lembrar que além do
PL 578, enviado pelo Executivo, existe outro projeto apresentado pelo deputado
Campos Machado, cuja redação é mais condizente com a situação atual do Pontal
do Paranapanema. Discuti-los e encontrar a melhor solução será uma medida da
mais inteira justiça. O IMPORTANTE É DELIBERAR SOBRE A QUESTÃO SENHORES
DEPUTADOS ESTADUAIS. BASTA DE OMISSÃO”.
O grande
entrave ao desenvolvimento regional é a instabilidade jurídica fundiária,
parece-me. Tal estado de coisa afeta não apenas os municípios do Pontal do
Paranapanema propriamente dito, mas, também, os demais da região, mormente o de
Presidente Prudente, nosso centro regional.
Basta
comparar os medidores do desenvolvimento entre municípios do Oeste Paulista
para se verificar que os índices de Presidente Prudente, nos últimos anos, não
acompanharam os de São José do Rio Preto e Marília, e, se esquecermos
fronteiras, os dos municípios vizinhos de Londrina e Maringá, no Estado do
Paraná.
As diferenças
não eram tão grandes até 1980. Por que aumentaram? Como a região está quase
estagnada, na sua área rural, os reflexos recaem de maneira acentuada em
Presidente Prudente, a grande capital.
Temos, hoje,
mais de cem assentamentos. Uma vez formados, não tiveram as pessoas neles
assentadas, por parte do Estado e da União, a assistência técnica e humana, que
iniciativas dessa natureza exigem para que possam se integrar na cadeia
produtiva. Ao mesmo tempo, levantando dúvidas sobre a propriedade das terras, o
Estado de São Paulo mantém a confusa situação na área rural, propiciando
invasões e mais invasões das propriedades que ainda restam, num período muito
longo.
Uma campanha
persistente e duradoura, envolvendo toda a comunidade da região, precisa ser
adotada. O que se quer? Algo racional e humano! Que se deem condições: a) aos
atuais assentados para que possam se tornar independentes e produzir para o seu
bem-estar e da região; b) aos atuais proprietários e a aqueles que desejam
implantar novos programas de desenvolvimento na região a indispensável paz, a
partir da certeza jurídica. Temos potencial para sermos grandes. Não podemos
nos esconder debaixo de um falso ufanismo. Basta, apenas, com coragem, lutar
para que as peças sejam ajustadas.
(*) Inocêncio Erbella é professor aposentado, ex-deputado
estadual, ex-secretário de Estado de Esportes e Turismo, ex-vereador e
ex-prefeito por três vezes em Presidente Venceslau.