*João Bosco Leal
Em 31/05/2013 às 12:05
Como em uma rodovia, mesmo que repetindo um trecho já percorrido outras vezes, a viagem da vida é diferente cada dia, com retas, curvas mais ou menos acentuadas, subidas, descidas e paisagens distintas.
Cansados, distraídos ou olhando para algo do lado, não percebemos a chegada de uma curva e... Logo aparecem os comentários de alguém informando que se..., ou se..., isso não teria ocorrido, pelo menos não com tanta gravidade, o mesmo fim.
Acidentes podem ou não ocorrer na vida dos que vivem e, mesmo aqueles que se privam de tudo e de todos, tentando não correr qualquer risco estão, a qualquer momento, sujeitos a uma ocorrência inesperada seja onde estiverem.
Independentemente da situação, local, clima, velocidade ou meio de transporte, acidentes podem ocorrer. O que muda, dependendo dessas e de outras variáveis, é a gravidade do mesmo.
Assim é a vida. Passamos todos os dias pelo amanhecer, o entardecer e a nova noite, mas eles nunca foram e jamais serão iguais.
Em um deles podemos conhecer alguém que se tornará nosso maior parceiro, amigo, a maior paixão ou verdadeiro amor, com quem viveremos por muito tempo ou até a morte, mas em outro poderemos conhecer nosso maior adversário, rival, inimigo.
Entretanto, como jamais saberemos o que nos aguarda no futuro, não há como escolher o dia que não sairemos de casa para não conhecermos alguém pouco interessante, ou para não corrermos algum risco. Assim procedendo, poderíamos deixar de conhecer coisas ou alguém agradabilíssimo.
E esse alguém poderá ser o amigo que precisávamos ou se tornar o amor com o qual sempre sonhamos. Mesmo assim, por medo, alguns se recolhem e aí realmente diminuem bastante suas chances, inclusive de encontrar a pessoa com quem sonhava.
Provavelmente esse talvez seja o motivo pelo qual tenho ouvido pessoas dizerem que já erraram muito, sofreram, que estão cansadas e que dificilmente farão novas tentativas. Não é o que penso sobre os relacionamentos afetivos que por algum motivo foram rompidos.
Com eles sempre aprendemos algo, o que certamente facilitará um próximo que poderá ocorrer, ou melhorar muito o mesmo, se reatado for.
Surgem momentos, mesmo aqueles de superação dolorosas, em que precisaremos nos despedir de algo, algum lugar ou alguém que já não se encaixam mais em nossa vida, ou ficaremos, pelo resto da vida, nos lamentando pelo fato de não termos sido capazes de nos levantar e seguir bem frente, ou voltar a um relacionamento do qual jamais devíamos ter nos afastado.
Não importa quando ou onde, o fato é que durante a vida, só não acertam ou erram muito, os que não tentam. Isso, porém, não significa que devemos tentar de qualquer modo, com qualquer um, inconsequentemente, pois sabemos que, por motivos diversos, com muitos a possibilidade de dar errado é maior que a de dar certo. Além disso, todos nós possuímos famílias, filhos, netos, amigos, e nossa moral e ética precisa, sempre, ser levada em consideração.
Por outro lado, todos podem cometer erros, tomar atitudes impensadas, inconsequentes, de resultados normalmente desastrados, mas isso não deve impedir novas tentativas, até mesmo de retorno com aquele de quem nos separamos.
Tentar um reatamento quando o passado já foi muito bom, aumenta exponencialmente a chance de um futuro maravilhoso.
*João Bosco Leal é jornalista e empresário
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