Agência Brasil
Em 25/05/2011 às 08:38
O projeto de lei do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados nessa terça-feira (24) por 410 votos a favor, 63 contrários e 1 abstenção, altera a lei
ambiental que estava em vigor desde 1965. Algumas das mudanças aprovadas ainda
podem ser alteradas durante a votação no Senado, para onde o texto será
encaminhado agora, e também vetadas pela presidenta Dilma Rousseff.
Entre as
principais mudanças que podem ocorrer caso o projeto seja transformado em lei,
estão definições sobre reserva legal e áreas de preservação permanente
(APP).
Enquanto o código atual exige reserva legal mínima em todas as propriedades,
variando de 80% na Amazônia a 35% no Cerrado e 20% nas outras regiões, o novo
texto aprovado dispensa aquelas de até quatro módulos fiscais (medida que varia
de 20 a 400 hectares) de recompor a área de reserva legal desmatada. Para esses
casos, não haverá obrigatoriedade de percentual mínimo de preservação, valendo a
manutenção da área de vegetação nativa existente em julho de 2008. Também fica
autorizada a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo
bioma.
A redação aprovada consolida plantações em encostas e topos de morros,
definidas como APP, entre elas café, maçã, uva e fumo. A medida não permite, no
entanto, novos desmatamentos nessas áreas.
Uma das mudanças mais polêmicas diz respeito à regularização ambiental. Pelo
Código Florestal de 1965, os proprietários que não respeitaram os limites de
reserva legal e de cultivos em APP estavam ilegais, sujeitos a multas por crimes
ambientais e embargo das propriedades. Pelo novo texto, os produtores rurais
terão que se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderir ao Programa de
Regularização Ambiental criado pelo governo federal.
De madrugada, após aprovarem o projeto de lei, os deputados ainda votaram a favor da Emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), dá aos Estados e ao
Distrito Federal, tirando a exclusividade da União, o poder de definir os
critérios de utilidade pública, baixo impacto ou interesse social para a
regularização, além de liberar plantações e pastos feitos em APP até julho de
2008.
Segundo o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), caso a medida também
passe pelo Senado, a presidenta Dilma a vetará, pois ela significa anistia aos
desmatadores. O governo também quer que as possíveis liberações de desmatamento
em áreas de preservação permanente sejam regulamentadas por decreto
presidencial.
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