Agência Brasil
Em 09/03/2011 às 17:04
(Foto: Agência Brasil)
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, foi
condenado pela Justiça Federal em Ourinhos, no interior de São Paulo, por
improbidade administrativa. Ele foi considerado culpado por usar dinheiro
público para um projeto de reforma agrária inviável.
A sentença foi dada na última
quinta-feira (3) pelo juiz federal substituto João Batista Machado. Por se
tratar de uma decisão de primeira instância, Paulinho ainda pode recorrer da
decisão.
A ação foi apresentada pelo
Ministério Público Federal (MPF) em Ourinhos. Segundo o MPF, em 2001, o deputado
e nove pessoas também condenadas obtiveram R$ 3 milhões do Banco da Terra,
ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para assentar 72 famílias
em uma fazenda de Piraju, a 330 quilômetros (km) de São Paulo.
Com o dinheiro, eles compraram a
Fazenda Ceres, de 302 hectares, por R$ 2,3 milhões. Entretanto, perícias
mostraram que a fazenda não tinha espaço suficiente para assentar todas as
famílias. A área também foi negociada por R$ 1 milhão a mais que o valor de
mercado estimado pela Justiça.
Ainda de acordo com o MPF, para que
o projeto fosse aprovado no Programa de Reordenação Fundiária (PRF), os
condenados induziram trabalhadores rurais a formar uma associação rural. A Força
Sindical, central sindical da qual Paulinho é presidente, era a unidade técnica
responsável pelo PRF em São Paulo na época da análise do projeto.
A Força também participava do
conselho do Banco do Terra quando o dinheiro foi liberado para a compra do
terreno.
Com a condenação, Paulinho terá que
devolver R$ 1 milhão à União. O pagamento do valor deve ser rateado com outros
quatro condenados. Paulinho não poderá contratar com o Poder Público ou receber
benefícios fiscais nos próximos cinco anos. Porém, seus direitos políticos foram
mantidos.
Paulinho e a Força Sindical
informaram, por meio de sua assessoria, que não vão se pronunciar sobre o
assunto.
No mesmo processo, também foi
condenado João Pedro de Moura, assessor de Paulinho e um dos réus do processo
que apura desvios de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). O processo também tramita na Justiça Federal. A ação foi movida
pelo MPF com base na Operação Santa Tereza da Polícia Federal.
Na época, Paulinho também foi
investigado. Chegou a se afastar temporariamente do PDT. Na Câmara dos
Deputados, ele foi absolvido pelo Conselho de Ética da acusação de ter
participado do suposto esquema de desvio.
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