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Morte de Campos fez corrida presidencial mais acirrada desde 1989

Agência Brasil

Em 31/12/2014 às 16:27

(Foto: Arquivo/Agência Br)

O cenário político brasileiro em 2014 foi marcado, segundo especialistas na área, pela disputa eleitoral para a Presidência da República mais acirrada desde a primeira eleição direta, em 1989, que levou para o segundo turno o então governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, e o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

A morte trágica do candidato ao Palácio do Planalto Eduardo Campos (PSB), em um acidente aéreo, colocou sua vice na chapa, Marina Silva, no páreo da disputa. No entanto, ao fim do primeiro turno prevaleceu a polarização PT e PSDB das últimas seis eleições presidenciais. Dilma Rousseff (PT) superou Aécio Neves (PSDB), no segundo turno, por uma diferença de 3,4 milhões de votos. A petista conseguiu a reeleição com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% do tucano.

Com 11 candidatos na disputa pelo cargo mais importante da hierarquia política do país, as eleições de 2014 tiveram uma reviravolta depois da manhã do dia 13 de agosto. Em terceiro lugar na corrida presidencial, Eduardo Campos voava do Rio de Janeiro para o Santos (SP) quando o jato em que ele estava explodiu depois de arremeter ao tentar pousar na Base Aérea de Santos e manobrar para uma segunda tentativa. Choque, surpresa e comoção marcaram os dias seguintes ao acidente. O ex-governador pernambucano, aos 49 anos, deixou a viúva, Renata, e cinco filhos.

As cerimônias fúnebres praticamente pararam o estado de Pernambuco, onde Campos foi enterrado no mesmo túmulo do avô Miguel Arraes. Além do ex-governador morreram no acidente o fotógrafo Alexandre Severo, o jornalista Carlos Percol, o assessor Pedro Valadares Neto e o cinegrafista Marcelo Lira. Os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins também morreram no acidente.

Com a morte de Campos, Marina Silva, então vice na chapa do PSB, assume a disputa - mesmo sem o apoio unânime do partido socialista -, com Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice. Escolha pessoal de Campos, Marina filiou-se ao PSB após não ter conseguido oficializar a Rede Sustentabilidade, partido pelo qual concorreria à Presidência da República. Já nas primeiras pesquisas de intenção de voto, após a oficialização da candidatura, a ex-ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, liderava a corrida presidencial.

Mas o que parecia quase certo – o segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, conforme as pesquisas de intenção de voto à época – não se confirmou em mais uma surpresa da campanha. Após ataques dos principais concorrentes, especialmente do PT, Marina não consegue manter a popularidade e é superada na reta final do primeiro turno pelo tucano Aécio Neves.

No segundo turno, expectativa, suspense e ataques. A corrida ao Palácio do Planalto seguiu praticamente empatada até a abertura das urnas. No dia 26 de outubro, com os votos do país praticamente divididos ao meio – Dilma vitoriosa em 15 estados e Aécio em 11 – a petista consagra-se como a primeira mulher a ser reeleita presidente do Brasil. Ela repetiu a chapa com o peemedebista Michel Temer.

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