Agência Brasil
Em 11/12/2014 às 09:41
As contas da campanha da candidata Dilma Rousseff à Presidência da República foram aprovadas com ressalvas, em sessão extraordinária dessa quarta-feira (10), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por unanimidade (6 votos), os ministros decidiram seguir o relator, ministro Gilmar Mendes. Em seu voto, ele fez diversas sugestões para modificar os procedimentos para prestação de contas das campanhas eleitorais.
Na segunda-feira (8), um parecer da assessoria técnica do TSE alegava a existência de irregularidades nas prestações parciais de contas da campanha. O documento foi questionado pela Vice-Procuradoria-Geral Eleitoral, que também pediu a aprovação das contas com ressalvas.
Durante o julgamento, a defesa de Dilma rebateu as argumentações e disse que seguiu todos os procedimentos para o lançamento de despesas das prestações parciais das contas.
O início do julgamento foi marcado pela manifestação dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes que criticaram um pedido do Ministério Público Eleitoral para que a relatoria saísse da responsabilidade de Mendes.
Por sorteio, as prestações de contas de campanha de Dilma e do PT foram redistribuídas a Mendes, no dia 14 de novembro, por determinação do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, em razão do término do mandato do antigo relator da matéria, o ministro Henrique Neves, no dia 13 de novembro.
Toffoli, que preside o TSE, criticou a demora da Presidência da República em indicar o substituto de Neves, e disse que o tribunal foi tratado com “menoscabo”.
Em seu voto, Mendes rebateu as críticas de que seu parecer seria parcial e que votaria pela rejeição das contas. “Não tive maior prazer em me debruçar sobre estes autos, desejei ardentemente que ficasse com eventual substituto do ministro titular”, disse o ministro que classificou as críticas de “teorias conspiratórias”.
Ao TSE, a campanha de Dilma informou que a candidata arrecadou cerca de R$ 350 milhões. O valor arrecadado pelo segundo colocado na disputa presidencial, Aécio Neves, foi cerca de R$ 229 milhões. Para o presidente do TSE, é preciso haver um teto para os gastos com campanhas eleitorais, sob pena de interferência do poder econômico no processo eleitoral. Toffoli citou países como a França e Espanha cujas legislações limitam os montantes a serem gastos nas campanhas.
“Para que se tenha uma possibilidade mínima de equanimidade entre os candidatos. Isso é mais urgente do que [tratar] da limitação da doação de pessoas físicas e jurídicas e do financiamento público exclusivo”, disse o ministro, que defendeu um limite para as doações de empresas.
Na mesma sessão, O TSE também aprovou com ressalvas as contas do PT, seguindo o voto do relator, ministro Gilmar Mendes.
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