Agência Brasil
Em 31/08/2016 às 14:23
Presidente Dilma Rousseff assumiu o segundo mandato em 2015
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em 1° de janeiro de 2011, ao assumir o mandato como primeira presidente mulher do Brasil no Congresso Nacional, Dilma Rousseff citou em seu discurso palavras do escritor mineiro Guimarães Rosa: "A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem".
Cinco anos e meio depois, ela voltou ao cenário em que foi empossada para enfrentar o julgamento do impeachment que a afastou em definitivo do cargo, mais de dois anos antes do fim de seu segundo mandato.
O começo
No dia 3 de abril de 2010, Dilma, que nunca havia disputado um cargo eletivo, deixou a equipe ministerial para se candidatar à Presidência da República pelo PT, com apoio de Lula.
No segundo turno das eleições, em 31 de outubro de 2010, Dilma derrotou o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Aos 63 anos, Dilma Rousseff foi, então, eleita presidenta da República, com quase 56 milhões de votos. A primeira mulher a presidir o Brasil.
Em 2013, foi considerada pela revista Forbes a segunda mulher mais poderosa do mundo, atrás apenas da chanceler alemã Angela Merkel.
A reeleição, conquistada também em segundo turno, veio em 2014. No dia 25 de outubro daquele ano, com 54.501.118 votos (51,64%), Dilma foi reeleita, derrotando o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que teve 51.041.155 votos (48,36%).
Impeachment
Dos mais de 30 pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff que chegaram à Câmara dos Deputados no ano passado, o então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu apenas o que foi apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal, no dia 21 de outubro. A presidenta foi acusada de crime de responsabilidade fiscal e de edição de decretos sem autorização do Legislativo.
Dilma alega inocência, afirmando que não infringiu a lei, e diz que é vítima de um golpe liderado por Eduardo Cunha e Michel Temer, seu vice-presidente, com quem teve uma relação conturbada.
Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment.
Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato no mesmo tipo de processo. Aprovado na Câmara e no Senado, o processo entrou na fase de julgamento na última quinta-feira (25). Em maio, ela foi afastada temporariamente da Presidência da República após os senadores acatarem o processo.
Com a saída de Dilma, encerra-se um ciclo de 13 anos de governos petistas.
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