Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Relatório do impeachment é fraude política, diz Dilma

Agência Brasil

Em 12/04/2016 às 18:26

Dilma Rousseff disse que golpe contra seu mandato tem chefe e vice-chefe

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff criticou, nesta terça-feira (12), o relatório pela admissibilidade da abertura de seu processo de afastamento na Câmara dos Deputados e o classificou de “maior fraude jurídica e política” da história brasileira.

Sem citar diretamente os nomes, ela afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são os chefes do que ela chamou de golpe em curso contra seu mandato.

“O fato é que os golpistas que se arrogam à condição chefe e vice-chefe do gabinete do golpe estão tentando montar uma fraude para interromper no Congresso o mandato que me foi conferido pelos brasileiros. Na verdade, trata-se da maior fraude jurídica e política de nossa história. Sem ela, o impeachment sequer seria votado. O relatório da comissão de impeachment é instrumento dessa fraude. Pretendem derrubar sem provas e sem justificativa jurídica uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos”, afirmou, em discurso para uma plateia de estudantes e educadores no Palácio do Planalto.

A votação do parecer sobre a continuidade do processo de impeachment no plenário da Câmara deve começar sexta-feira (15) e se estender pelo fim de semana. “Antes sequer da votação do inconsistente pedido de impeachment, foi distribuído um pronunciamento em que um dos chefes da conspiração assume a condição de presidente da República. O gesto que revela traição a mim e à democracia ainda explicita que esse chefe conspirador também não tem compromissos com o povo”, afirmou.

Dilma referia-se ao vazamento de um áudio em que o vice-presidente Michel Temer fala como se o processo de impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

No áudio, classificado por Temer como mensagem de “palavra preliminar à nação brasileira”, ele diz que precisa estar preparado para enfrentar os “graves problemas que afligem” o Brasil, caso os senadores decidam a favor do afastamento de Dilma. Ele lembra, porém, que a decisão do Senado deve ser aguardada e respeitada.

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