Da Redação
Em 30/12/2013 às 17:42
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá se engajar na elaboração de uma campanha de incentivo a uma maior participação da mulher na política brasileira. Em reunião nesta quarta-feira (18) com a bancada feminina do Congresso Nacional, o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, afirmou que, “se queremos realmente a política equilibrada, nós devemos abrir as portas para a participação feminina”.
Em um ranking de 188 países, o Brasil ocupa a 156ª posição no que se refere à presença de mulheres no Poder Legislativo.
Em seu gabinete no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro recebeu as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), procuradora Especial da Mulher no Senado Federal, e Ana Amélia (PP-RS) e as deputadas federais Jô Moraes (PCdoB-MG), Rosane Ferreira (PV-PR), Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) e Gorete Pereira (PR-CE), representando a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
As parlamentares pediram apoio ao presidente do TSE no sentido de promover campanha de estimulo à presença das mulheres na política brasileira, em conformidade com o que estabelece o art. 93-A da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), introduzido pela chamada Minirreforma Eleitoral (Lei nº 12.891/2013).
De acordo com este dispositivo, o TSE, no período de 1º de março e 30 de junho dos anos eleitorais, “poderá promover propaganda institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política”.
Elas também entregaram ao ministro Marco Aurélio um exemplar da publicação “+ Mulher na Política – Mulher, Tome Partido!”, produzida pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado, em parceria com a Bancada Feminina da Câmara dos Deputados e a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara. O trabalho, que contém diversos dados estatísticos, busca contribuir para que sejam disseminadas informações sobre a participação da mulher na política, especialmente nos parlamentos.
“Infelizmente, apesar de as mulheres serem a maioria do eleitorado, nós ocupamos cerca de 10% das cadeiras no Poder Legislativo, em todos os níveis. Significa dizer que o elemento conscientização é fundamental para o avanço da presença da mulher no parlamento”, destacou a senadora Vanessa Grazziotin.
Segundo ela, a reunião com o presidente do TSE foi bastante proveitosa. “Saímos felizes, porque a sinalização foi extremamente positiva. Como nós, o ministro considera a participação feminina na política fundamental para a construção da democracia e de uma sociedade mais justa, mais igual entre homens e mulheres”, concluiu a senadora.
O ministro Marco Aurélio frisou que ações nesse sentido são “muito importantes, porque é incompreensível que tenhamos um maior número, em termos de população, do gênero feminino e não haja a mesma participação na política”. “Costumo dizer que há a necessidade de se mudar rumos. E a mudança de rumos passa por essa compenetração, não só dos partidos políticos quanto ao tratamento igualitário, abandonando o machismo, como também pela percepção por parte dos eleitores”, disse.
O ministro destacou que uma maior representação feminina no parlamento brasileiro “será digna de elogios, sem dúvida alguma”. Em sua opinião, as mulheres são mais aplicadas no que fazem. “No Judiciário, por exemplo, cujo ingresso depende do concurso público, hoje, o maior número de aprovados é do sexo feminino. O Tribunal Superior Eleitoral, pensando no amanhã, estará engajado nessa tarefa de levar ao eleitor, como preconizado na própria lei que disciplina as eleições, um número maior de candidatas do sexo feminino”, afirmou. (Com informações do TSE)