ROGÉRIO MATIVE
Em 24/06/2020 às 10:36
Pessoas nas escadas e lotação acima do permitido: este foi o cenário encontrado na Linha Ameliópolis
(Foto: Maycon Morano/AI Câmara)
O sofrimento diário vivido por usuários de ônibus que dependem da Linha Ameliópolis - a de maior percurso, com 46 quilômetros - foi sentido na pele pelos vereadores que formam a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Na tarde dessa terça-feira (23), eles decidiram realizar mais uma fiscalização e constataram lotação acima do permitido por decreto municipal. Agora, será exigida a aplicação de multa, com autuação contra a concessionária Prudente Urbano.
Motivo de reclamações desde o início da quarentena, quando vários horários foram retirados, a linha que liga a cidade ao distrito causou revolta de passageiros na última semana, quando a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e Prudente Urbano decidiram alterar a saída do veículo prefixo 1810 passando das 17h para 17h40.
Com a mobilização dos usuários, a empresa decidiu recuar e manter o horário das 17h. Porém, a lotação no veículo ficou mantida da mesma forma, com trabalhadores e idosos seguindo o longo percurso de pé. Em alguns casos, com várias sacolas nas mãos e cochilando diante do cansaço após mais um dia de trabalho.
O que diz o novo decreto?
Segundo o novo decreto assinado pelo prefeito Nelson Bugalho (PSDB), os passageiros podem realizar o trajeto de pé, contudo, obedecendo o limite de 50% de lotação máxima de cada veículo.
Mas, não foi o que viram os vereadores Izaque Silva (Patriota), Demerson Dias (PSB, presidente do Legislativo) e Adão Batista (PSB), que viajaram até o ponto final. Por regra, o veículo 1811 poderia transportar apenas 42 pessoas, porém, registrou 60 passageiros durante todo o percurso. Apenas no terminal urbano, 41 usuários embarcaram.
Mais irregularidade
Outra falha flagrada foi a falta de indicação de total de passageiros que o veículo pode transportar. A sinalização deve estar presente em toda frota e em local visível a todos. Para chegar ao número determinado por decreto, os vereadores tiveram que obter os dados de outro ônibus, com mesmo modelo.
Os parlamentares também visualizaram lotação no ônibus 1814, que faz a Linha Floresta do Sul e retardou a saída para seguir junto com o veículo de Ameliópolis.
No ponto final de Ameliópolis, os vereadores encontraram álcool em gel com pouca quantidade - item obrigatório ofertado aos usuários. Já a higienização do veículo seria feita pelo próprio motorista.
De acordo com os moradores do distrito, as lotações ocorrem devido a retirada do horário das 16h.
Vai pedir multa
Em ofício que será encaminhado à Semob, os integrantes da CPI vão cobrar providências para a efetiva fiscalização das linhas, o retorno do horário das 16h no itinerário de Ameliópolis, além de aplicação de multa à Prudente Urbano por descumprir o decreto municipal.
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