Agência Brasil
Em 21/03/2011 às 13:42
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta segunda-feira (21) que a reforma
política é o caminho para evitar a criação de “partidos ocasionais”. Na semana
passada, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou sua desfiliação do
DEM e a intenção de dar início à coleta de assinaturas para criação do Partido
Social Democrático (PSD).
A reforma política tornou-se a prioridade de 2011 para José Sarney, antes
mesmo de ele assumir pela quarta vez a presidência da Casa. “Uma das coisas que
estamos querendo alcançar [com a reforma política] é que os partidos existam e
existam definitivamente e não sejam partidos ocasionais”, disse o senador.
Ele acrescentou que a pretensão com a atualização da lei eleitoral é dar
estabilidade à política. Perguntado sobre alguma semelhança entre o PSD
pretendido por Kassab e o antigo PSD (partido que existiu entre 1945 a 1965),
Sarney foi irônico: “eu conhecia a UDN (União Democrática Nacional)”, do qual já
era um expoente na década de 60.
Há ainda a expectativa de que o novo partido se una, mais tarde, ao PSB.
Dessa forma, segundo a análise de alguns senadores, a criação do PSD seria uma
ponte para o lançamento da candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), à Presidência da República na campanha de 2014.
“Se ele quiser se viabilizar para presidente já está arrumando sua cama”,
disse a senadora e vice-presidente do PSDB, Marisa Serrano (MS). Segundo ela, em
conversas informais entre as lideranças do partido, essa é a avaliação que
predomina.
A senadora vincula todo o andamento das costuras políticas para 2014 à
aprovação da reforma política colocada em discussão por José Sarney. Na comissão
de reforma política do Senado, por exemplo, um dos temas em análise é a
possibilidade de reeleição para Dilma Rousseff caso seja aprovado o mandato
presidencial de cinco anos e o fim da reeleição. Tudo isso, segundo a tucana,
mexe com as costuras políticas.
O presidente do Democratas (DEM), senador José Agripino Maia (RN), afirma que
existe uma aliança entre o novo PSD e o PSB para trazer à nova legenda
“políticos por razões diversas e oportunísticas onde nada os une”. Ele afirma
não ter dúvidas com relação às pretensões do governador Eduardo Campos de
utilizar a legenda para tentar alçar voo à uma candidatura presidencial em
2014.
Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), considera prematura qualquer
análise sobre cenários para daqui a quatro anos. Ele admite, no entanto, que
caso sejam confirmadas as expectativas de Kassab de levar para o PSD cerca de 20
deputados federais e alguns governadores, o partido será “uma força de
relevância para o governo federal”.
Humberto Costa acrescentou que o PSB de Eduardo Campos tem hoje uma força
concentrada no Norte e Nordeste. Com uma eventual fusão com o PSD de Kassab, os
socialistas garantiriam uma presença também nas regiões Sul e Sudeste.
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