Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Especialistas defendem conforto no parto normal

Agência Brasil

Em 14/10/2014 às 18:00

Recordista mundial em cesarianas, o Brasil precisa acabar com a violência durante o parto para que gestantes percam o medo de parir naturalmente.

Para isso, é preciso acelerar a formação dos profissionais da rede de saúde e atender bem a gestante, oferecendo conforto no momento em que ela estiver dando à luz.

A avaliação é de especialistas na área de obstetrícia, que se reúnem no Rio de Janeiro, em conferência internacional para 1,3 mil pessoas.

Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria do Carmo Leal lembra a Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre o Parto e Nascimento para listar fatores que fazem o país ter 56% de partos cesarianos, enquanto a média mundial é de 18%.

Revela que as gestantes brasileiras são proibidas de caminhar e de se alimentar para aliviar contrações, recebem ocitocina (hormônio sintético) para acelerar o parto e passam por procedimentos como episiotomia (corte vaginal para aumentar a dilatação) e ruptura artificial da bolsa.

“Essas coisas acontecem sem nenhuma anestesia, com as mulheres sofrendo muito, de forma que elas tenham pavor óbvio do parto normal”, analisou a pesquisadora. Entre 2011 e 2012, ela coordenou a pesquisa com 23 mil mulheres em todo o país. Conforme Maria do Carmo, as mulheres ficam na “pior posição possível” na hora do parto. "Elas ficam deitadas e, apesar de ser lei federal, muitos hospitais, públicos e privados, não permitem a entrada de um acompanhante. Ou seja, o Brasil não não estimula um bom parto”, salientou.

A pesquisa Nascer do Brasil, que acompanhou mulheres e bebês, revelou que, no início da gravidez, seis em cada dez mulheres preferem parir naturalmente. As vantagens do parto normal, estão a redução da morte materna, de complicações hemorrágicas e infecciosas.

Para os bebês, diminui o risco de morte intrauterina, complicações respiratórias e problemas como asma e obesidade na infância. Pesquisas com esses indicadores serão apresentadas no evento.

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