Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

"Não sou bode expiatório de ninguém", rebate Rocha

Supervisor da Câmara-PP é responsável por denúncia contra Silgueiro

ROGÉRIO MATIVE

Em 25/11/2015 às 12:20

Como vereador, Rocha participou ativamente de duas cassações, entre elas a do ex-prefeito Agripino Lima

(Foto: Arquivo/ Câmara)

Presente em duas cassações em anos anteriores e, agora, responsável pela denúncia contra o vereador Adilson Silgueiro (PMDB), o supervisor administrativo da Câmara Municipal de Presidente Prudente, José Rocha Sobrinho, rechaça o título de "bode expiatório" após a abertura de Comissão Processante (CP) que investigará seu "desafeto" por quebra de decoro e apropriação indevida de valores.

Em entrevista ao Portal, Silgueiro chamou o ex-vereador petista de "desafeto de longa data" e classificou a denúncia e a formação de CP como "levianas". O peemedebista será investigado por supostamente se apropriar de valores indenizatórios de clientes atuando como advogado em causa contra a Prudenco.

Porém, Rocha nega que seja "usado" por terceiros para atacar Silgueiro e intitula-se como "defensor das causas justas". "O denunciado é desinformado. Quando ele afirma que somos desafetos, eu discordo de forma veemente. Eu não tenho desafetos. Ele, sim, trata as pessoas com extrema falta de respeito e consideração. Fui vereador por duas legislaturas e tenho uma história de ética e respeito na vida pública e pessoal. Sempre fui honesto nas minhas atribuições, o que não posso afirmar o mesmo deste cidadão", fala, ao Portal.

Acusado de ser "leviano", Rocha contra-ataca. "Sobre a denúncia que ele afirmou ter feito contra a minha pessoa alegando nepotismo, esta sim foi provada ser um leviandade, já que o pedido foi arquivado, inclusive pelo próprio Ministério Público. Além disso, não fiz uma denúncia sobre ele ferir o Código de Ética da OAB, mas, sim, por uma possível quebra de decoro parlamentar", pontua.

"Não sou bode expiatório de ninguém ou alguma causa velada. Sou, sim, defensor de causas justas, de pessoas honestas. E na política, é o primeiro lugar que estas devem ser cobradas. Honestidade e justiça. Já para aqueles que não o são, defendo o rigor da Lei", rebate.

Afirmando estar tranquilo, o supervisor administrativo diz que "dorme tranquilo". "Por fim, volto a ressaltar minha integridade. Podem procurar nos quatro cantos de nossa cidade se me apropriei de algo que não me pertence. Muito pelo contrário. Deito no meu travesseiro e durmo tranquilo", finaliza.

No currículo

Curiosamente, Rocha tem em seu "currículo" duas cassações. Em 2007, em seu terceiro mandato como prefeito, Agripino de Oliveira Lima Filho foi afastado após a Mesa Diretora da Câmara - formada por Wladimir Cruz, Marcos Vinha, Rocha e Osvaldo Bosquet - declarar vago o cargo em cumprimento à decisão judicial que suspendeu os direitos políticos por cinco anos por compra de aparelhos para o planetário da Cidade da Criança sem licitação. Na época, o fato do documento ser assinado - apenas por Cruz e Rocha - durante reunião realizada em um hotel da cidade causou efervescência nos bastidores.

Em seguida, após nove meses no cargo de presidente da Casa de Leis, Wladimir Cruz perdeu o cargo após denúncia apresentada por Rocha apontando quebra de decoro parlamentar e prática de ato de improbidade administrativa por aumentar o próprio salário.

Em 2008, Rocha ainda estudou pedir a declaração de vacância do cargo do prefeito Carlos Biancardi (PSDB) alegando rejeições das contas quando ele foi presidente da Prudenco. Biancardi havia assumido a cadeira do Executivo após afastamento de Agripino Lima.
 

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