Governo, empresários e sindicatos terão reunião nesta sexta
ROGÉRIO MATIVE
Em 16/06/2016 às 18:50
Em corrida contra o relógio, o Governo do Estado sinalizou abrir negociações com o Grupo JBS visando suspender as demissões previstas com o encerramento das atividades da unidade frigorífica de Presidente Epitácio, anunciada para ocorrer nesta sexta-feira (17). No mesmo dia, representantes da empresa, secretários de Estado, parlamentares e sindicalistas estarão reunidos na capital paulista.
Reaberta em 2012, a planta industrial de Epitácio deverá demitir 700 funcionários, conforme antecipou o Portal. De acordo com a JBS, o funcionamento da unidade ficou inviável com o atual cenário econômico do país, além da alteração no sistema de tributação para o setor no Estado de São Paulo.
O último ponto será o tema principal do encontro em São Paulo. "Um grupo de trabalho composto pelas secretarias da Agricultura, da Fazenda e do Governo está analisando o que foi prometido pelo setor em negociação anterior, incluindo dados sobre contratação, que teriam sido menores do que as que foram acordadas", comenta o deputado estadual Mauro Bragato (PSDB).
De acordo com o tucano, a proposta será de suspender demissões durante a negociação "O mais importante é lutar para garantir o emprego e dar tranquilidade a milhares de famílias da cidade e da região", frisa Bragato, que é presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Promete brigar
"Estamos trabalhando para resolver essa situação. Acreditamos no bom senso de todos. Aguardo novas informações após a reunião. Os trabalhadores não podem sofrer com questões de impostos e recolhimento. A preservação dos postos de trabalho é primordial para o sindicato", comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Presidente Prudente e Região, Roberto Moreira.
De novo
Em 2011, a JBS demitiu 900 trabalhadores e fechou a unidade epitaciana. A medida rendeu indenização por danos morais de R$ 240 mil após ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
No ano seguinte, movimento político, sindical e judiciário culminou na reativação da unidade frigorífica. O ato ocorreu após aprovação de decreto, de autoria do Estado, que aumentou de 3% para 4% a devolução de créditos de ICMS do valor de produtos do setor oriundos de outros Estados.
O Estado de São Paulo é o maior exportador de carne bovina, com plantel de 11 milhões de cabeças.
