"Não vamos nos submeter à chantagem", avisa secretário de Administração

O Executivo promete endurecer o diálogo com o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Municipal (Sintrapp) caso entenda que exista "chantagem" para forçar um aumento salarial aos servidores diferente do reajuste previsto de 6,5%. Segundo o secretário municipal de Administração, Alberico Bezerra de Lima, a Prefeitura ainda aguarda um parecer do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre a possibilidade de conceder benefícios em ano eleitoral. O sindicato fará assembleia geral nesta sexta-feira (16) e a categoria poderá entrar em greve.

"Fizemos uma consulta ao TRE e não fomos atendidos ainda. A Prefeitura trabalha em cima da arrecadação. Vamos agir com responsabilidade. Não ouvi as palavras dela [Ana Lúcia]. Mas se ela está pressupondo que o prefeito [Milton Carlos de Mello] será candidato e vier com ameaça de greve podemos pressupor que é chantagem", fala.

Na próxima segunda-feira (19), será encaminhado um projeto de lei à Câmara Municipal prevendo reajuste de 6,5% para os servidores. O secretário aponta que o Executivo poderá voltar atrás caso o TRE emita o parecer antes do prazo final da data-base da categoria, porém, não cederá à "chantagem".

"Não vamos nos submeter à chantagem com dinheiro do contribuinte. As reivindicações são atendidas ao longo dos três anos. Este ano temos a lei eleitoral, que tem que ser respeitada. Se nós temos espaço, atendemos os servidores. Segundo o sindicato pode dar, mas a Prefeitura tem um corpo jurídico que recomendou não proceder dessa forma", alega.

De acordo com o Sintrapp, ao longo das negociações, foram três propostas formuladas: 8% de aumento e R$ 100 de aumento no vale refeição; 7% mais R$ 50 no vale e incorporação de abono de R$ 50; ou 7% de aumento, R$ 100 no vale refeição e incorporação do abono. "Fizemos diversos estudos para apresentar ao prefeito, até para ver o impacto financeiro. Mas, deparamos com as leis. Vai ser encaminhado um projeto de lei definindo o reajuste ao servidor de 6,5%. Não pode ser diferente disso porque a legislação eleitoral proíbe", pontua.

"Estamos abertos ao diálogo, mas aguardando o TRE. Se o tribunal falar até dia 20 que pode e o prefeito entender que sim, vamos sentar com o sindicato", conclui.