Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Padre Jerônimo Gasques completa 30 anos de sacerdócio nesta sexta

Da Redação

Em 05/12/2008 às 15:13

O padre Jerônimo Gasques, da Paróquia São José, em Presidente Prudente, completa nesta sexta-feira (5) Jubileu de Pérola Sacerdotal, em comemoração aos seus 30 anos de ordenação.

 

A trajetória do padre está sendo contada em exposição que vai até o próximo domingo (7) na Paróquia São José.

 

Em homenagem ao Jubileu de Pérola, a Diocese publicou em seu site entrevista com o padre Jerônimo. Leia abaixo, os principais trechos.

 

Após 30 anos de vida consagrada, além dos anos necessários para a formação inicial, como vai o “primeiro amor”, isto é, a motivação principal para continuar o caminho que ainda tem a percorrer?

Pe. Jerônimo – O primeiro amor não pode morrer. Ele sempre foi a minha motivação maior. No meu modesto e mimeografado convite de ordenação tomava como referencia um texto de 1Tm 6, 20-21: “Ó Timóteo, guarda o bem a ti confiado, evita os discursos fúteis e ímpios, bem como as objeções de uma falsa ciência. Foi por terem abraçado essa falsa ciência que alguns se desviaram da fé”. Não consegui cumprir tudo a risca, mas preservei o entendimento da disciplina teológica para não fugir às tarefas pastorais. O trabalho com o povo também me tem motivado bastante e as dores e alegria dos mesmos me tem impulsionado para frente. Esse é um pouco... pouco.

 

O mundo e a igreja se movimentam. há muitos movimentos eclesiais que procuram dar respostas ao movimento do mundo. caracterize o tempo de sua ordenação e o tempo atual. como responder aos desafios desta hora sem deixar de ser fiel ao evangelho e à igreja?

Pe. Jerônimo – Há uma quase infinita distância entre os meus primeiros dias aos quase onze mil outros... Hoje tudo é diferente. Os padres e o povo são diferentes. Hoje há mais facilidade em todos os aspectos da vida humana e eclesial. Embora que os problemas sejam outros, a realidade é totalmente divorciada de um passado não distante. Mundo e Igreja se tornaram cada vez mais distantes e incompatíveis. Posso dizer que nos meus primeiros anos de padre a Igreja era mais sentida, respeitada, ouvida e atuante... Havia mais profecia. Sem ser saudosista, hoje, a Igreja perdeu o seu espaço profético e determinação. Não existem grandes homens (teólogos e pastores) com a coragem e a verba de um evangelho mais fecundo. Hoje os que existem são engolidos pelos meios de comunicação social. Estamos dilacerados, esfoliados pelo tempo de uma sociedade liquefeita. A solução seria formar padres sólidos com a tarimba de um evangelho comprometido com a realidade do povo mais empobrecido. Parece-me que não há mais como recuperar o passado mas, refazer o presente com novo tipo de ministério, isto é, de vocação. A pós-modernidade e a globalização nos desnudaram de certos ideais mais altaneiros. Estamos imersos na mesmice onde todos fazem tudo igual. Ser diferente e guardar a identidade cristã e eclesial seriam a síntese perfeita.

 

Poderia contar-nos algum fato relevante, quiçá engraçado, neste tempo?

Pe. Jerônimo – Quiçá engraçado? Foram tantos. Mas este foi, além de profético, assustador. Quando padre novo usava cavanhaque e trabalhava na Catedral. Eu era bastante controvertido, como diziam... Mas não o fazia para provocar ninguém. Alguns metidos de ricos se entristeciam com minhas falas. Outros deixaram as fileiras de minha paróquia por desgosto, talvez. Outros se revoltavam comigo. Enfim, sem delongas... O tempo passou e depois de mais de quinze anos fui chamado para ungir um enfermo que se encontrava acamado e muito mal mesmo. Sofria de câncer. Na confissão – já que é extinto – disse-me que tinha ódio de um padre... E pela descrição e tempo, eu era o próprio! Fiquei quietinho e não lhe revelei quem era eu mesmo. Tive medo que morresse naquele instante de tanta coincidência. Aquilo me valeu uma lição. A vida é tão curta e não vale a pena algumas queixas e sentimentos guardados por longos anos. Amar apesar de tudo e esquecer o passado que não volta, jamais!

 

Há projetos pessoais em desenvolvimento? Conte-nos brevemente a aventura de ser escritor.

Pe. Jerônimo – Nenhum grande segredo ou grande livro. Apenas a modéstia de me sentir tão pequeno e útil ao mesmo tempo. Enquanto tiver força e animo pretendo ir escrevendo ate que minhas forças interiores me sustentarem. Continuo escrevendo sobre dízimo e engajado em uma proposta brasileira de um material para a juventude e adolescentes. Esse será um grande desafio que estou vencendo aos poucos. Outros textos se encontram em caminho, em gestação. Quanto a paróquia fazê-la mais digna para o povo e preparar melhor minhas homilias.

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