Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Organizadora de "peneirão" em PP é acusada de estelionato

Rogério Mative

Em 25/02/2011 às 18:56

Cartaz em poste no centro de Prudente anunciava primeira etapa da seletiva

(Foto: Lucas de Souza)

A empresa MGT Sports, responsável pela organização de uma seletiva em Presidente Prudente, é acusada de estelionato após promover rifas e pedir dinheiro aos pais com a promessa de lançar os jovens atletas no disputado mercado do futebol. Três pessoas da empresa foram presas em Campo Mourão (PR).

Em Presidente Prudente, uma pessoa já registrou boletim de ocorrência e várias outras procuraram a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), conforme informações da própria polícia. Os organizadores pediam até R$ 1.400 para lançar garotos em times profissionais. Uma etapa do evento marcada para este sábado (26) na cidade foi cancelada.

O assunto ganhou repercussão nacional na última quinta-feira (24), quando denúncias contra a MGT Sports, de propriedade do ex-modelo Marcelo Germano, foram veiculadas nos programas jornalísticos da Rede Globo. Germano também mantém uma empresa caça-talentos em busca de modelos e cantores. Em setembro de 2009, ele realizou uma seletiva para modelos em Presidente Prudente.

Na quinta-feira, a Polícia Civil de Campo Mourão prendeu três funcionários da MGT, suspeitos de aplicar golpes em pais de jovens atletas. A polícia paranaense apreendeu materiais publicitários que eram distribuídos na região para atrair participantes e estima que centenas de famílias perderam dinheiro.

Na segunda-feira (21), um falso empresário, Eder Carlos Silva, 42 anos, foi preso em Curitiba, acusado de cobrar de R$ 200 a R$ 2 mil para fazer contratos que nunca se estabeleceram, de acordo com o jornal O Diário de Maringá.

Em entrevista à Rádio Cultura de Guarapuava, cidade onde está localizada a sede da empresa, Marcelo Germano afirmou que não existe nada de ilícito e que se apresentará à polícia de Campo Mourão na segunda-feira (28). Segundo ele, seus advogados estão trabalhando para libertar os três funcionários da empresa.

No site da MGT, Germano "lamenta o ocorrido e informa que o departamento jurídico trabalha para desfazer o mal entendido”.

Em Prudente

Dirce Cordeiro Perez Alves, mãe de um garoto de 15 anos, revela ao Portal que Germano pedia para os pais venderem rifas na tentativa de pagar custos da seletiva realizada por ele.

"Na primeira vez eles pediam R$ 15 e um quilo de alimento. Tinha em média umas 300 crianças. Depois, num peneirão na Associação Atlética Banco do Brasil [AABB} tinha que dar R$ 90. Para alguns pais, ele devolveu o dinheiro. De um grupo de 40, teve mais uma reunião, quando ele pediu R$ 1.200 ou R$ 1.400 no cartão de crédito, alegando que era para pagar as passagens dos olheiros que viriam", explica.

"Ele prometia colocar os meninos nos times. Falava que tinha modelo fazendo programa na Globo. Falou que ia ter gente do Flamengo, Chelsea, Internacional e Grêmio. Isso, na seletiva em Foz do Iguaçu. Nós tínhamos que pagar as despesas à parte. Ai, ele disse para a gente vender uma rifa com 100 números para arrecadar R$ 300 de entrada", relata.

Para Dirce, a empresa é muito organizada. "Eles têm muita lábia, são muito organizados", diz. A dona de casa pretende registrar boletim de ocorrência. "Não fui à polícia ainda. Vou na segunda-feira. Vou ver ainda se vai ter mesmo a seletiva", espera.

O investigador da DIG, que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome, Roberto, diz que até agora somente uma pessoa registrou boletim, porém algumas já ligaram em busca de informações. "Uma pessoa já registrou. Estou no caso. Cerca de seis pessoas já ligaram e devem registrar ocorrência também. Não tivemos contatos com os acusados ainda. Para nós, não tem motivo para prisão, não temos nada contra os acusados", afirma.

"Não está provado nada ainda. Para a polícia do Paraná é caso de estelionato. Aqui, o que vemos de errado apenas é a realização da rifa, que não é certo fazer. Nós queríamos qualificar eles aqui", conclui.

A administração do Hotel Portal D'Oeste informou que os organizadores cancelaram o evento marcado para este sábado em Prudente. Segundo o hotel, após as denúncias, os organizadores decidiram adiar a convenção com os pais e prometeram ligar para os inscritos remarcando nova data.

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