Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudentino consagrado no rádio: morre narrador esportivo Flávio Araújo

Da Redação

Em 17/09/2024 às 15:57

Foi pioneiro na transmissão de jogos de São Paulo e do Rio de Janeiro para o rádio de Prudente

(Foto: Arquivo/Secom)

Nesta terça-feira (17), o mundo esportivo se despede de um dos maiores narradores de todos os tempos. Aos 90 anos, faleceu o prudentino Flávio Araújo. O radialista teve sua carreira consagrada ao narrar o milésimo gol de Pelé e o segundo título mundial do pugilista Eder Jofre, além de cinco Copas do Mundo.

Com saúde fragilizada nos últimos anos, Flávio morreu de causas naturais. O corpo será sepultado no Cemitério Municipal da Colônia, em São José dos Campos, cidade onde residia atualmente.

Lenda do rádio

Nascido em 1934 na cidade de Presidente Prudente, foi um dos maiores narradores esportivos do rádio brasileiro. Trabalhou na Rádio Bandeirantes durante 25 anos, ao lado de lendas como Fiori Giglioti, Mauro Pinheiro, Roberto Silva, Luiz Augusto Maltoni, Alexandre Santos, Ênio Rodrigues, Barbosa Filho, José Paulo de Andrade, entre outros.

Entre os narradores esportivos que se projetaram nacionalmente, que iniciaram carreira ou passaram por Presidente Prudente no início de suas atividades profissionais, o nome mais expressivo é do prudentino Flávio Araújo.

Iniciou-se em 1950 na Rádio PRI-5, A Voz do Sertão, extinta Rádio Difusora. Fazia a redação do programa Cartaz Esportivo. Em pouco tempo começou a narrar futebol, acompanhando a Prudentina e Corintinha. Também trabalhou na Rádio Prudente AM. Se fez pioneiro na transmissão de jogos de São Paulo e do Rio de Janeiro para o rádio de Prudente.

Em 1957 transmitiu para a Rádio Bandeirantes de São Paulo o jogo do Corintinha nas finais do Campeonato Paulista da 2ª Divisão. No ano seguinte foi para São Paulo, a convite de Edson Leite. O primeiro jogo que narrou na capital para a Bandeirantes foi Juventus e Comercial. 

Chegou a trabalhar simultaneamente na Bandeirantes e Rádio Piratininga. Na primeira Copa do Mundo em que esteve presente foi a do Chile, em 1962, como organizador da caravana de torcedores levada pela Bandeirantes. Narrou seis Copas: 1966, 1970, 1974, 1978 e 1982. Transmitiu jogos do Campeonato Brasileiro de 1971 a 1986. Cobriu a Copa Libertadores da América de 1960 a 1986.

Acompanhou as carreiras de Pelé, Éder Jofre e Emerson Fittipalti, entre outros grandes nomes. Transmitiu a maioria dos combates do pugilista, narrou o milésimo gol do rei e fez escola na narração de automobilismo. 

No filme Pelé Eterno, produzido em 2004, foi o escolhido do diretor Aníbal Massaini Neto para gravar em estúdio a narração do milésimo gol. Flávio Araújo integrou a famosa Cadeia Verde e o Scratch do Rádio, respectivamente a equipe de transmissões esportivas onde tinha como companheiro Fiori Gigliotti e o time de futebol que fazia jogos pelo interior paulista.

Onde esteve, Flávio sempre falou de Presidente Prudente. Entre outros feitos, instalou nos anos 1950 a primeira rádio de Dourados. Depois de deixar a Bandeirantes em 1982, trabalhou na Rádio Gazeta de São Paulo e esteve em Prudente para instalar a Rádio Diário, hoje Globo de Prudente. Entre 1992 e 2002 foi comentarista da Rádio Central de Campinas. Em 2001 escreveu o livro O Rádio, o Futebol e a Vida, publicado pela Editora Senac e até hoje utilizado nos meios universitários, nos cursos de comunicação social.

Escreveu como colunista para o jornal O Imparcial, de Presidente Prudente, e no Agora S.Paulo, na capital, e no site Ribeirão Preto Online. Gravou comentários diários para a Rádio Cultura de Poços de Caldas. 

Flávio teve quatro filhos, um deles morreu no trágico acidente da TAM em 31 de outubro de 1996.Em outubro de 2016, foi morar morar em São José dos Campos para cuidar de sua esposa, Yvette Pinheiro, diagnosticada com Alzheimer. Ela morreu no dia 30 de dezembro de 2016, em decorrência da doença. 

Yvette, assim como Flávio Araújo, foi importante nome do rádio, tendo trabalhado como atriz de radionovelas e apresentado um programa de muito sucesso, chamado “Histórias da Fadinha”, onde narrava histórias para o público infanto-juvenil. (Com texto de Homéro Ferreira, arquivo Secom)

 

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