Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Unesp Prudente completa 66 anos com mais de 16 mil formados

Da Redação

Em 03/05/2025 às 08:55

Atualmente, são quase 3 mil graduandos e mais de 1.200 pós-graduandos em três áreas do conhecimento

(Foto: Arquivo/AI)

Celebrando seus 66 anos neste sábado (3), a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de Presidente Prudente, carrega em seus corredores o som de passos que ecoam há gerações. 

Entrelaçadas às salas de aula, laboratórios e projetos de extensão, as histórias dos mais de 16 mil estudantes graduados carregam um pedaço do que é a FCT.  A atual diretora da FCT, Profa. Dra. Cristina Baron, destaca que a celebração dos 66 anos da unidade representa não apenas uma comemoração institucional, mas também um reconhecimento do impacto da universidade na cidade e na região. 

“Temos avançado com projetos como o Territórios Educativos e Vivências de Gênero. Comemorar os 66 anos é uma continuidade de um trabalho”, afirma. 

A gestão tem buscado ampliar o diálogo com diferentes instituições e setores da sociedade, como por exemplo as parcerias com prefeituras, secretarias municipais, Sesc e Senac. “Estamos conseguindo ampliar e mostrar a relevância da instituição”, ressalta, lembrando que o papel da universidade vai além da formação acadêmica: envolve ensino, pesquisa, extensão e contribuição para políticas públicas. 

Cristina também reforça o caráter coletivo dessa trajetória: “Essa construção não é da direção. É uma construção coletiva, e que bom que toda essa comunidade está junto. É uma comemoração de todo mundo”, disse.

FCT em números 

Em diálogo com essa mesma comunidade, que nos anos 1950 ocupava as ruas exigindo uma faculdade pública na cidade, esse legado se renova a cada novo ingresso. 

Atualmente são 2.295 alunos matriculados. Em 2025, foram ofertadas 693 novas vagas nos 12 cursos de graduação (Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Educação Física, Engenharia Ambiental, Engenharia Cartográfica e Agrimensura, Estatística, Física, Fisioterapia, Geografia, Matemática, Pedagogia e Química).

Na pós-graduação, a FCT conta atualmente com 1.227 estudantes matriculados, nos 11 programas de pós-graduação stricto sensu (Ciência da Computação, Ciências Cartográficas, Ciências do Movimento, Ciência e Tecnologia de Materiais, Educação, Educação Física (PROEF), Educação Inclusiva (PROFEI), Ensino de Física (MNPEF), Geografia Acadêmico, Geografia Profissional e Matemática Aplicada e Computacional) e nos dois cursos lato sensu (Especialização e o Programa de Residência em Fisioterapia). 

Nos últimos 12 meses, foram realizadas 147 defesas de mestrado acadêmico, 79 de mestrado profissional e 108 de doutorado. Desde a criação da pós-graduação na unidade, em 1987, já são mais de 4.600 trabalhos defendidos. 

A unidade mantém ainda 76 grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), distribuídos em 19 áreas do conhecimento. 

Na extensão universitária, outro pilar fundamental da universidade, estão em andamento aproximadamente 100 projetos, que fortalecem a relação entre universidade e sociedade, por meio de iniciativas de formação, inclusão e transformação social.

A FCT conta, atualmente, com um corpo docente de 182 professores, 2 pesquisadores e 160 servidores técnico-administrativos. São 124 professores aposentados até abril, dos quais muitos ainda mantêm vínculos com o câmpus, participando de atividades e projetos. 

Histórico 

Concebida em 1957, a FCT se firmou como uma instituição de ensino superior no interior paulista e hoje alcança o mundo inteiro. 

O vice-diretor da universidade, o historiador Prof. Dr. Ricardo Pires de Paula, destaca algumas passagens da universidade marcadas por resistência e compromissos ético, político e profissional e sua relação com a sociedade.  De acordo com ele, a criação da instituição por lei estadual foi fruto direto da mobilização popular. 

As aulas tiveram início no dia 3 de maio de 1959, na Escola Técnica do Comércio Dr. Joaquim Murtinho, onde hoje funciona uma escola particular.  Da escola de comércio, foram idas e vindas. A universidade funcionou na Vila Furquim, onde hoje é a Escola Estadual Comendador Tannel Abbud e no terreno da Granja Municipal, onde ergueram dois barracões para poderem abrigar as turmas dos dois primeiros cursos: Geografia e Pedagogia.

As péssimas condições de acesso e permanência no local, levaram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Prudente, conhecida como Fafi, a ocupar alguns andares de um prédio comercial no centro da cidade, onde no último andar funcionava uma boate. Ricardo brinca: “não teria sido a partir daí que surgiram os primeiros ensaios das festas unespianas de longa tradição entre os nossos estudantes?”.

Passados 10 anos, em 1969, a Fafi volta para o terreno da antiga granja, onde a FCT está situada atualmente. Como outras universidades, a então Fafi enfrentou a ditadura militar e as mobilizações contra o fechamento de cursos na criação da Unesp, em 1976, quando recebeu a denominação de Instituto de Planejamento e Estudos Ambientais (IPEA), que ao longo dos anos incorporou o Instituto Municipal de Ensino Superior de Presidente Prudente (IMESPP). A mudança definitiva no nome para FCT Unesp aconteceu em 1989.

Para o vice-diretor, cada obstáculo enfrentado reafirmou o papel da faculdade como espaço de resistência e formação comprometida com a educação pública de qualidade. “Foram tempos difíceis e a resistência da comunidade foi colocada à prova para manter a Faculdade em Prudente. As lutas pela criação da faculdade, pela construção de infraestrutura condizente com as atividades acadêmicas, os enfrentamentos contra as perseguições dos tempos da ditadura e as mobilizações contra o fechamento de cursos e vagas marcaram os primeiros 30 anos de existência da antiga Fafi e hoje FCT e revelaram o compromisso ético e profissional daqueles que não mediram esforços na luta pela manutenção de cursos superiores gratuitos e de qualidade no município”, reflete Ricardo. (Com Assessoria de Imprensa)

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