Sem respostas, Semob aponta judicialização em caso de greve de ônibus

Na iminência de uma nova greve do transporte coletivo em menos de 30 dias, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) estuda acionar a Justiça diante da inércia da concessionária Prudente Urbano em resolver as questões financeiras com os funcionários. A categoria promete cruzar os braços devido ao atraso do salário deste mês.

De acordo com o secretário da Semob, Luiz Edson de Souza, um estudo será apresentado ao prefeito Ed Thomas (PSB) apontando os caminhos a seguir diante das repetidas falhas na prestação de serviço em Presidente Prudente.

Souza rechaça qualquer justificativa da empresa sobre a necessidade de reequilíbrio financeiro. "Um estudo já está pronto e será apresentado ao Executivo e [vamos] pedir ajuda da Câmara dos Vereadores. O que nos causa estranheza é que a nossa tarifa está dentro da média. Fizemos o levantamento de Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília, Londrina, Curitiba e Maringá [essas três últimas no Estado do Paraná]. E a nossa tarifa está bem dentro do valor médio desses lugares, sendo que algumas com o mesmo número de habitantes", disse, em entrevista ao programa Patrulha Comercial, pela Rádio Comercial AM.

"O que tem causado certa indignação é que o contrato começou em 2017, e já em 2018 ela [Prudente Urbano] pede um reequilíbrio e correção tarifária, como também em 2019, 2020 e 2021", pontuou.

Contactando novas empresas

Segundo ele, a Prefeitura segue contactando empresas que possam assumir o serviço em caso de ruptura contratual com a Prudente Urbano. "Como medida preventiva, já começamos a fazer contatos e procurar empresas. Fazer levantamentos e estudos para verificar o que deve ser feito", frisou. 

No vácuo

Souza reclama que a concessionária tem deixado o município 'no vácuo' e revela a intenção de acionar a Justiça.

"Causa preocupação, pois a empresa não tem respondido nossos pedidos e muito menos as notificações. Vamos procurar a ajuda junto ao Poder Judiciário e ver o que podemos fazer para resolver essa situação baseado tudo em nosso estudo para não deixar a população na mão", avisou. 

Salários em atraso e nova greve

Conforme apuração do Portal, o salário do mês de maio com vencimento no último dia 8 ainda não foi quitado. Os funcionários reclamam ainda que o acordo trabalhista firmado em dissídio no fim de maio não é cumprido pela empresa.

Diante disso, notificaram a Prefeitura e a concessionária sobre nova paralisação para quinta-feira (17). "Tivemos uma reunião no dia 31 de maio, onde a empresa se responsabilizou em pagar parte do que estava devendo aos funcionários e o restante de forma parcelada. E isso, infelizmente, não ocorreu", apontou o secretário.

"Mandamos uma notificação à empresa para saber quais as medidas que serão adotadas para evitar a paralisação, mas não recebemos qualquer resposta da empresa que trate sobre o assunto. Temos que resolver. De uma forma ou de outra, vamos resolver", finalizou.

Em silêncio total

Como ocorre com a Semob, a empresa adota a mesma postura com a imprensa. A reportagem enviou e-mail solicitando posicionamento sobre os atrasos salariais e a possível greve dos funcionários, contudo, não obteve retorno.

Aposta em ação

Recentemente, a Prudente Urbano entrou com nova ação judicial contra a Prefeitura visando discutir a revisão tarifária e o reequilíbrio contratual. Desta vez, pede ainda uma indenização de R$ 8,5 milhões, conforme revelou o Portal com exclusividade.

A ação é analisada pelo juiz da Vara da Fazenda Pública, Darci Lopes Beraldo. A Prefeitura já entrou com contestação.