ROGÉRIO MATIVE
Em 05/08/2024 às 20:56
Disputa pela Prefeitura tem queda de 50% no número de candidatos em relação a 2020
(Foto: Arquivo/Secom)
Nas eleições municipais deste ano, o eleitor terá menos opções de escolha de candidatos à Prefeitura de Presidente Prudente. Diferentemente do que foi visto no pleito passado, quando foi registrado recorde histórico, desta vez, seis nomes brigarão pela cadeira do Executivo.
A definição ocorre com o registro das atas após as convenções partidárias, que tiveram encerramento nesta segunda-feira (5).
Os nomes na disputa
Em busca da reeleição, confirmou candidatura o atual prefeito Ed Thomas (MDB), que terá como vice-candidato Matheus Perussi, do mesmo partido, pela Coligação "Trabalho honesto tudo vence" (MDB e Avante).
Pela Coligação "União Para o Bem de Prudente", formada por PSB, União Brasil, Podemos e PRTB, está o candidato Paulo Lima (PSB). A surpresa ficou por conta da desistência de Fábio Sato (União Brasil) ao pleito, que agora formará a chapa como vice-candidato.
O candidato Milton Carlos de Mello 'Tupã' (Republicanos) busca seu terceiro mandato como prefeito. Ele terá como vice na chapa José Osanam Albuquerque Junior (PL). A coligação "Todos por Prudente" conta com o maior número de partidos: Republicanos, PL, PRD, PSD, Progressistas, Solidariedade e Federação PSDB/Cidadania.
O Psol lançou chapa pura, formada por Josué Alves Macedo e Rose Castro Jardim. O mesmo ocorre com o Novo, que terá Mauro César Martins de Souza na disputa, com o vice Danilo Rizzo. Por fim, Nilton José Miranda e Camila Pachella disputarão as eleições pelo PDT.
As eleições em Prudente
Ao longo da história da capital do Oeste Paulista, foram cinco eleições com voto direto no período chamado de Quarta República, entre o fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, até o início da Ditadura Militar, em 1964.
Apesar de o voto ser aberto à população, a cidade contava com baixo colégio eleitoral e, consecutivamente, poucos nomes lançados nas disputas.
Na década de 1950, teve um período de alternância de poderes entre Domingos Leonardo Cerávolo [Partido Social Progressista] e Antônio Sandoval Netto [Partido Social Democrático].
A excessão foi em 1964, quando Florivaldo Leal disputou contra o Sandoval e Paulo Alberto de Oliveira levando a melhor e quebrando o bloco dos coronéis.
Voto direto, mas....
Durante a Ditadura Militar, de 1964 a 1985, foram 16 eleições com voto direto. Contudo, na época, foi imposto o bipartidarismo e as eleições aconteciam seguindo as regras ditadas pelos militares.
Antes do período democrático, as eleições de 1982 também foram por voto direto, mas, de forma vinculada. Naquele ano, Virgílio Tiezzi foi eleito prefeito de Prudente. Na ocasião, os eleitores precisavam votar em candidatos de um mesmo partido sob pena de anular sua escolha.
Como Franco Montoro venceu para governador, Tiezzi assumiu como prefeito por também ser do PMDB. Na ocasião, Tiezzi permaneceu no cargo por quase seis anos.
Com a nova Constituição em vigor e o fim da Ditadura, as eleições diretas para todos os cargos foram retomadas em todo país. De 1988 até os tempos atuais, serão sete eleições municipais.
Recorde de candidatos
O ano de 2020 ficou marcado como o de maior número de candidatos ao pleito municipal. No último pleito, 12 partidos confirmaram nomes em disputa pela Prefeitura de Presidente Prudente.
Nas seis eleições durante o período democrático, a disputa ficou equilibrada entre três a quatro candidatos. Até então, o maior número foi registrado na eleição de 2016, com oito oponentes. Ou seja, quatro a menos.
As disputas
Em 1988, concorreram Paulo Constantino (PTB), Enio Perrone (PMDB) e Meirinaldo Orlandini (PT). A eleição foi conquistada por Constantino, que obteve 63,90% dos votos e comandou a Prefeitura pela segunda vez.
Já em 1992, o pleito contou com Agripino Lima (PFL), Renato Novo (PMDB) e José Caetano da Silva (PT). Nesta disputa, Agripino tornou-se prefeito pela primeira vez com 57,82% da preferência dos eleitores.
Na eleição de 1996, a polarização foi a marca, com apenas Mauro Bragato (PSDB) e Chiquinho Galindo (PFL), que era apoiado pelo ex-prefeito Agripino Lima. Na reta final, Bragato tomou a primeira posição nas pesquisas e confirmou a vitória com 52,26% dos votos.
Em 2000, a disputa contou com Agripino Lima (PTB), Everaldo Melazzo (PT), Virgílio Tiezzi (PPS) e João Cláudio da Silva (Dodô, PT do B). Na ocasião, Agripino derrotou os concorrentes ao conquistar 55,29% do eleitorado e, desta forma, assumiu seu segundo mandato como prefeito.
Na eleição seguinte, em 2004, foram mais quatro nomes novamente: Agripino Lima (PTB), Lúcia Rossi (PMN), Talmir Rodrigues (PSB) e Maria Auxiliadora Constantino (PSDB). E, pela terceira vez, Agripino saiu vitorioso com 55,13% dos votos.
Contudo, ele perdeu o cargo em 2007 após condenação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O vice-prefeito Carlos Roberto Biancardi assumiu a Prefeitura.
Na briga eleitoral de 2008, concorreram Milton Carlos de Mello (Tupã, PTB), Ed Thomas (PSB), Adriana Rodrigues (PV) e João Cláudio da Silva (Dodô, PTC). Tupã venceu em disputa apertada contra Ed Thomas ao somar 46,64% dos votos.
Em 2012, o pleito contou com Agripino Lima (PMDB), Milton Carlos de Mello (Tupã, PTB), Talmir Rodrigues (PV), Josué Alves Macedo (Psol) e Fábio Sato (PPS). Na ocasião, Tupã foi reeleito com 66,51% dos votos. Já Agripino Lima teve seus votos anulados.
Na eleição de 2016, oito candidatos disputaram a vaga de chefe do Executivo: Nelson Bugalho (PTB), Fábio Sato (PPS), Agripino Lima (PMDB), José Lemes Soares (PRB), Regina Penati (PT), Daniel Grandolfo (Solidariedade), Donizete Marcelino (Psol) e João Cláudio da Silva (Dodô, PT do B).
O pleito foi vencido por Bugalho, que teve 29,46% do eleitorado, porém, com diferença de praticamente de apenas 1 mil votos para o segundo colocado, que foi Fábio Sato (28,54%). A distância também foi curta entre o terceiro candidato mais votado, Agripino Lima, que encerrou o pleito com 26,81%.
Já em 2020, Ed Thomas foi eleito ao conquistar mais de 34,33% dos eleitores, ou seja, 37.304 votos. O segundo colocado, Fábio Sato (MDB) somou 17.241 mil apoiadores. A distância entre os dois primeiros nomes também é vista em relação ao terceiro melhor colocado na disputa. Paulo Lima (PSD) teve a preferência de 12.545 mil eleitores.
Na sequência, Guilherme Piai (PSL), com 10.283 votos (9,46%); Nelson Bugalho (PSDB, atual prefeito), com 9.142 (8,41%); Laercio Alcântara (DEM), com 5.163 votos (4,75%).
Por fim, Marcos Lucas (Avante), com 4.322 votos (3,98%); Luís Valente (PT), com 3.984 votos (3,67%); Major Glauco (PTC), com 3.666 votos (3,37%); Juliano Borges (Podemos), com 2.770 votos (2,55%); José Lemes (PDT), com 1,4 mil votos (1,29%); e João Figueira (PRTB), com 858 votos (0,79%).
Abstenção alta
Em Prudente, 57.756 prudentinos não foram votar nas eleições passadas, o que representou 32,39% do eleitorado. Dos 120.553 votos válidos, 6.535 (5,42%) fora nulos, enquanto que 5.340 (4,43%) brancos.
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