Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Disputa eleitoral será marcada por recorde histórico em Prudente

Cidade terá um candidato para cada 14.859 eleitores este ano

ROGÉRIO MATIVE

Em 17/09/2020 às 20:11

Prudente nunca viu uma lista tão extensa de candidatos na disputa pela Prefeitura

(Foto: SÉRGIO BORGES/NOFOCO)

Desde 1923, quando Pedro de Mello Machado (Partido Republicano Paulista) foi nomeado como prefeito pelo presidente de Estado, Washington Luís, durante o início do período republicano, a cidade de Presidente Prudente nunca viu uma lista tão extensa de candidatos na disputa pela Prefeitura. Nas eleições municipais deste ano, 12 nomes brigarão por 178.309 votos. Ou seja, um pretendente ao posto de chefe máximo do Executivo para cada 14.859 eleitores.

Ao longo da história da capital do Oeste Paulista, foram cinco eleições com voto direto no período chamado de Quarta República, entre o fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, até o início da Ditadura Militar, em 1964.

Apesar de o voto ser aberto à população, a cidade contava com baixo colégio eleitoral e, consecutivamente, poucos nomes lançados nas disputas. "Eram poucos os candidatos, até pelo tamanho da cidade na época, o que gerava baixa representatividade política", comenta o historiador Ronaldo Macedo, uma das principais referências sobre a história de Prudente. 

"Na década de 1950, tivemos um período de alternância de poderes entre Domingos Leonardo Cerávolo [Partido Social Progressista] e Antônio Sandoval Netto [Partido Social Democrático]. Teve uma excessão em 1964, quando Florivaldo Leal disputou contra o Sandoval e Paulo Alberto de Oliveira levando a melhor e quebrando o bloco dos coronéis. Mas, sempre tivemos essa polaridade desde a fundação da cidade, entre Coronel José Soares Marcondes e Francisco Goulart, e que persistiu até uns tempos atrás", pontua.

Macedo é historiador e foi diretor do Museu Municipal | Foto:Arquivo/Erika Floglia/AI Unoeste 

Voto direto, mas....

Durante a Ditadura Militar, de 1964 a 1985, foram 16 eleições com voto direto. Contudo, na época, foi imposto o bipartidarismo e as eleições aconteciam seguindo as regras ditadas pelos militares. 

Antes do período democrático, as eleições de 1982 também foram por voto direto, mas, de forma vinculada. Naquele ano, Virgílio Tiezzi foi eleito prefeito de Prudente.

Foto: Arquivo/Museu e Arquivo Histórico Municipal

"Isso ocorreu porque os eleitores precisavam votar em candidatos de um mesmo partido sob pena de anular sua escolha. Como Franco Montoro venceu para governador, Tiezzi assumiu como prefeito por também ser do PMDB", diz Macedo. Na ocasião, Tiezzi permaneceu no cargo por quase seis anos.

Com a nova Constituição em vigor e o fim da Ditadura, as eleições diretas para todos os cargos foram retomadas em todo país. De 1988 até os tempos atuais, serão sete eleições municipais. 

Recorde de candidatos

O ano de 2020 ficará marcado como o de maior número de candidatos ao pleito municipal. Após as convenções encerradas na quarta-feira (16), 12 partidos confirmaram nomes em disputa pela Prefeitura de Presidente Prudente. 

Nas seis eleições durante o período democrático, a disputa ficou equilibrada entre três a quatro candidatos. Até então, o maior número foi registrado na eleição passada, com oito oponentes. Ou seja, quatro a menos do que é visto este ano. 

As disputas 

Em 1988, concorreram Paulo Constantino (PTB), Enio Perrone (PMDB) e Meirinaldo Orlandini (PT). A eleição foi conquistada por Constantino, que obteve 63,90% dos votos e comandou a Prefeitura pela segunda vez.

Foto: Arquivo/Museu e Arquivo Histórico Municipal

Já em 1992, o pleito contou com Agripino Lima (PFL), Renato Novo (PMDB) e José Caetano da Silva (PT). Nesta disputa, Agripino tornou-se prefeito pela primeira vez com 57,82% da preferência dos eleitores.

Na eleição de 1996, a polarização foi a marca, com apenas Mauro Bragato (PSDB) e Chiquinho Galindo (PFL), que era apoiado pelo ex-prefeito Agripino Lima. Na reta final, Bragato tomou a primeira posição nas pesquisas e confirmou a vitória com 52,26% dos votos.

Em 2000, a disputa contou com Agripino Lima (PTB), Everaldo Melazzo (PT), Virgílio Tiezzi (PPS) e João Cláudio da Silva (Dodô, PT do B). Na ocasião, Agripino derrotou os concorrentes ao conquistar 55,29% do eleitorado e, desta forma, assumiu seu segundo mandato como prefeito.

Na eleição seguinte, em 2004, foram mais quatro nomes novamente: Agripino Lima (PTB), Lúcia Rossi (PMN), Talmir Rodrigues (PSB) e Maria Auxiliadora Constantino (PSDB). E, pela terceira vez, Agripino saiu vitorioso com 55,13% dos votos.

Contudo, ele perdeu o cargo em 2007 após condenação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O vice-prefeito Carlos Roberto Biancardi assumiu a Prefeitura.

Na briga eleitoral de 2008, concorreram Milton Carlos de Mello (Tupã, PTB), Ed Thomas (PSB), Adriana Rodrigues (PV) e João Cláudio da Silva (Dodô, PTC). Tupã venceu em disputa apertada contra Ed Thomas ao somar 46,64% dos votos.

Foto: Arquivo/Museu e Arquivo Histórico Municipal

Em 2012, o pleito contou com Agripino Lima (PMDB), Milton Carlos de Mello (Tupã, PTB), Talmir Rodrigues (PV), Josué Alves Macedo (Psol) e Fábio Sato (PPS). Na ocasião, Tupã foi reeleito com 66,51% dos votos. Já Agripino Lima teve seus votos anulados.

Na última eleição, em 2016, oito candidatos disputaram a vaga de chefe do Executivo: Nelson Bugalho (PTB), Fábio Sato (PPS), Agripino Lima (PMDB), José Lemes Soares (PRB), Regina Penati (PT), Daniel Grandolfo (Solidariedade), Donizete Marcelino (Psol) e João Cláudio da Silva (Dodô, PT do B).

O pleito foi vencido por Bugalho, que teve 29,46% do eleitorado, porém, com diferença de praticamente de apenas 1 mil votos para o segundo colocado, que foi Fábio Sato (28,54%). A distância também foi curta entre o terceiro candidato mais votado, Agripino Lima, que encerrou o pleito com 26,81%.

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