Mãe atípica, parlamentar fala sobre Dia Internacional da Síndrome de Down
Da Redação
Em 21/03/2025 às 19:29
“Quando aceitamos nosso filho com Síndrome Down, as coisas mudam em nossas vidas", diz Sara
(Foto: Cedida)
“Não é fácil, mas é desafiador. É como pular no vazio sem ver o chão. Até tocá-lo, é somente vácuo”. A afirmação é da vereadora Sara Lopes, mãe atípica, que fala sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado anualmente nesta sexta-feira, dia 21 de março.
Mãe de duas meninas, a parlamentar ressalta que ser mãe atípica “não é fácil” e que “não tem nada de romântico”. “Há 14 anos tive a grata felicidade do nascimento da Maria Luiza e um mergulho no mundo de ser mãe de menina. Aprofundamento que continuou com a notícia de mais uma gravidez. Outra menina. Um convite para ser mãe de novo. E, durante esta segunda gestação, um novo convite. Totalmente diferente. Incerto, desconhecido. Completamente novo. Dentro deste universo em que fui convidada há 11 anos com minha filha Gabriela, existe uma beleza em ser uma mãe atípica”, pontua.
“Quando aceitamos nosso filho com Síndrome Down, as coisas mudam em nossas vidas. Hoje a Gabriela é uma atleta de natação; tem a possibilidade de praticar uma luta que ela ama, que é o jiu-jitsu. Hoje ela frequenta uma escola regular e com todas as possibilidades que podemos lhe oferecer. A cada nova batalha, uma nova conquista”, projeta a vereadora Sara Lopes.
Formada em Administração, a parlamentar é voluntária da Associação do Oeste Paulista de Síndrome de Down (AOPDown) como “Mãe Acolhedora”. Além disso, é paroquiana, ministra da Eucaristia e catequista da Paróquia Mãe da Igreja. Está em seu primeiro mandato e é a única mulher da 19ª Legislatura.
Sara faz um questionamento e um apelo: “Qual a diferença? Somos todos iguais! Que neste Dia Internacional da Síndrome de Down possamos, todos juntos, combater o preconceito”, destaca.
A vereadora também destaca que o dia 21 de março foi escolhido como referência à trissomia do 21, já que a data é grafada internacionalmente como 3-21. “Esta sexta-feira é um dia para relembrarmos e combatermos o preconceito, a exclusão, quebrar o estigma social. Um dia de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas”, enaltece.
“Aliás, cabe uma explicação etimológica desta data comemorativa. Sobre o ‘comemorar’ mesmo. Em que pese costumeiramente o uso ser referente a celebrações, festas, alegria, a palavra tem origem no latim commemorare, que significa ‘trazer à memória’ ou ‘recordar com’. Commemorare é composto pelo prefixo com-, que intensifica, e pelo verbo memorare, que significa ‘lembrar-se’. Já Memorare vem de memoro, que significa ‘pôr na memória’ ou ‘lembrar’, explica.
Por fim, Sara reforça a importância da aceitação, da dificuldade, mas da “recompensa”. “Não existe conto de fadas em ser uma mãe atípica. Mas quando aceitamos e abraçamos, a magia acontece. Que hoje possamos tirar nossas meias coloridas da gaveta e apoiar esta causa”, conclui. (Texto de Maycon Morano, Assessoria Parlamentar)
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