Agência Brasil
Em 16/11/2010 às 08:31
Em protesto contra o que classificam como o descaso de sucessivos governos com a educação, cerca de 250 estudantes secundaristas e universitários promoveram nessa segunda-feira (15) uma passeata e fecharam duas pistas da Avenida Paulista, na região central da Capital.
Usando nariz de palhaço, com apitos e cartazes em que exigiam mais investimentos no ensino público, os manifestantes se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Dali, caminharam no sentido centro até a altura da Rua da Consolação, de onde voltaram ao museu, onde encerraram o protesto. Ao mobilizar os participantes pela internet, os autores da ideia deixaram claro que o movimento é apartidário e não se posiciona nem contra nem a favor do cancelamento do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano, mas sim pela melhoria da educação brasileira.
Estudante do último ano do ensino médio, Anderson Nagao Lopes, de 17 anos, disse ter ficado revoltado com os problemas verificados durante a prova do Enem deste ano. "Este é o segundo ano que, por falta de organização, as coisas dão errado. Queremos mostrar que os estudantes estão insatisfeitos", afirmou. Lopes, favorável à realização de um novo exame.
O estudante e professor da rede popular de cursinhos pré-vestibulares Emancipa, Cesar Barbedo Rocha, 23 anos, explicou que o objetivo da manifestação vai além de apontar os erros do Enem.
"No ano passado, já haviamos organizado o movimento Enemganados. Este ano, queremos protestar contra o descaso com a educação. Os erros no exame do ano passado e deste ano são um reflexo disso. A prova do Enem é só a consequência de um descaso mais amplo e esperamos que este movimento cresça e continue cobrando mais investimentos no setor, principalmente para permitir pagar bem aos professores e ampliar o número de vagas nas universidades públicas", comentou Rocha.
Os organizadores da manifestação alegam que os problemas do Enem vão além dos erros de organização, impressão, gabaritos trocados ou vazamento de provas. Para eles, o exame não tem cumprido sua finalidade inicial, que seria a de avaliar a qualidade do ensino nacional, e não dos estudantes, tendo se tornado mais um mecanismo injusto de acesso às universidades públicas.
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