Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudente brilha no Paulista de Boxe com dois campeões e uma vice

Da Redação

Em 14/04/2025 às 08:10

Higgor Suniga durante combate que lhe garantiu o bicampeonato Paulista

(Foto: Ragfotos/Feboxe)

Presidente Prudente tem boxe de qualidade e com muita história de superação para contar. Com quatro atletas inscritos, a Ferri Centro de Treinamento terminou o Campeonato Paulista de Boxe 2025 como a terceira melhor equipe do Estado de São Paulo.

A competição, organizada pela Federação Estadual de Boxe de São Paulo (Feboxesp), entidade ligada à Confederação Brasileira de Boxe (CBBOXE), reuniu 161 atletas de 32 equipes diferentes — 133 homens e 28 mulheres — em quatro finais de semana intensos de combates. Os três primeiro foram de classificatórias e, neste último sábado (12), ocorreram as finais, no Centro Esportivo José Bonifácio, na capital paulista.

O time de Presidente Prudente retorna ao Oeste Paulista com duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, em uma campanha que posiciona o Ferri CT entre as potências do boxe paulista e leva o nome da cidade ao pódio estadual.

Na final da categoria 51 kg feminino, Camila Alcântara encarou a atual campeã brasileira e integrante da Seleção Brasileira de Boxe Ampliada, Juliana Freire. A luta foi uma das mais técnicas e disputadas do card feminino, com muito equilíbrio nos dois primeiros rounds e clara superioridade da prudentina no terceiro.

Numa luta marcada por trocação intensa e excelente movimentação de ambas as atletas, a decisão dividida dos juízes dividiu também o ginásio, com ruídos de claras contestações ao anúncio da vencedora, bem como as análises da Camila e sua comissão técnica.

“No calor do momento, eu fiquei com a impressão de ter pontuado mais. Depois, assisti à luta de novo e tive a mesma sensação. Mas é isso, a arbitragem é profissional, temos de acreditar e confiar no que fazem. Claro que lutei para ser campeã, mas, apesar de tudo, eu fico feliz em ser a segunda melhor boxeadora do estado. Afinal, foi uma decisão contra atleta da Seleção e atual campeã brasileira, e eu realmente lutei bem a ponto de causar uma decisão dividida, que eu poderia ter ganho. Estou feliz! No próximo a gente vai e busca o que é nosso!”, declara Camila, dona da medalha de prata.

Na categoria 65 kg masculino, Lucas Santos não deu chance para o adversário Rodrigo Martins, da equipe Saproboxe, de São Paulo. Ainda no primeiro round, um cruzado de direita no frontal do oponente encerrou o combate por nocaute técnico. A vitória veio acompanhada de emoção. Lucas caiu em lágrimas assim que teve o braço levantado no anúncio de vencedor, resultado de uma trajetória de superação que envolve trabalho, lesões e persistência.

Lucas Santos chora após conquista do Campeonato Paulista - Fotos: Ragfotos/FeboxeSP

Ele foi vice-campeão em 2024, quando lutou a final com uma hérnia de disco recém-diagnosticada, após travar as costas na semana de preparação para decisão. Depois da competição, para arcar com exames e tratamento, contou com o apoio da equipe e rifas promovidas entre amigos e colegas.

“É difícil conciliar tudo. Trabalho como motoboy fazendo entregas, dou aula de boxe, treino à noite, tento cuidar da saúde. Ano passado foi uma luta dentro e fora do ringue, e este ano eu consegui fazer tudo certinho. Fui tratado, me preparei e agora estou aqui com esse ouro. Essa medalha é a prova de que vale a pena acreditar e lutar até o fim”, afirma Lucas, emocionado.

O terceiro ouro prudentino veio com Higgor Suniga, o Esquiva, na final da categoria 85 kg masculino diante de Luiz Rodrigues, da equipe Yoshinaga Fight Team, de Mogi das Cruzes (SP).

Em três rounds movimentados, ele manteve o domínio da luta, com maior volume e contundência de golpes. No segundo round, recebeu um direto que motivou contagem preventiva por parte da arbitragem — procedimento comum no boxe olímpico, sem impacto direto na pontuação. Ainda assim, Higgor voltou a controlar o combate e, no terceiro, conectou um cruzado de direita certeiro no queixo do adversário, obrigando o árbitro a retribuir a contagem.

Bicampeão paulista (ele venceu a edição de 2024 em competição promovida por outra federação estadual), Higgor também é instrutor de boxe na Ferri CT. “A gente treina todos os dias, trabalha o dia todo e ainda encontra força para lutar e representar a cidade. Subir no ringue e conquistar o bicampeonato é uma sensação de dever cumprido, porque não é só por mim. É pela equipe, pelos alunos e por Prudente. O nome da cidade está lá no topo do pódio com a gente”, celebra.

O quarto atleta da equipe que disputou o Campeonato Paulista é Guilherme Canducci, de 19 anos. Ele perdeu nas quartas de finais da categoria 60 kg, mas garantiu a medalha de bronze após um dos semifinalistas dar W.O. na etapa seguinte. Ele foi promovido, então, a semifinalista. No boxe, os dois semifinalistas (3º e 4º) recebem medalha de bronze.

Ao centro, treinador Diego Ferri com troféu de 3ª melhor equipe do Paulista, juntos dos atletas medalhistas e do preparador físico João Moreno - Foto: Ragfotos

Para o treinador Diego Ferri, o desempenho da equipe simboliza o que é possível conquistar com trabalho, estrutura e apoio. “Foram quatro finais de semana seguidos viajando quase 600 km para São Paulo, com todos os custos de transporte, alimentação, hospedagem, sem contar o desgaste físico e emocional. Só conseguimos isso com o apoio de alguns patrocinadores e da comunidade que acredita no nosso projeto. Mas também é importante que o poder público olhe com carinho para esses atletas. Eles estão colocando o nome de Presidente Prudente no topo do esporte estadual. Merecem reconhecimento e incentivo”, reforça.

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